segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

APEOESP pede anulação da atribuição de aulas

Juiz manifestará sua decisão na quinta-feira, após o prazo de 48 horas concedido à SEE
Na tarde desta segunda-feira, 23/01, a APEOESP comunicou ao juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública que a Secretaria Estadual da Educação não está cumprindo a liminar concedida pela Justiça à APEOESP quanto à composição da jornada de trabalho determinada pela lei do piso salarial profissional nacional (lei 11.738/08).
Notificamos, ainda, que a SEE está realizando a atribuição de aulas de acordo com a resolução SE 8, de 2012, que foi desautorizada pelo mesmo juiz em seu despacho de sexta-feira, 20/01. A APEOESP também deu conhecimento ao juiz dos requerimentos de professores para que a liminar seja cumprida e da postura dos diretores, orientados pela SEE, de rejeitar os pedidos.
Diante desses fatos, a APEOESP solicitou ao juiz a suspensão e anulação do processo de atribuição de aulas. Em resposta, o juiz informou à APEOESP que vai aguardar o transcurso das 48 horas de prazo que deu em seu despacho à SEE para que cumpra a liminar e que, na quinta-feira (26/01), decidirá sobre a suspensão e anulação da atribuição de aulas.
Assim, orientamos as subsedes e todos os professores a manter o procedimento de ingressar com requerimentos junto às unidades escolares para que seja cumprida a liminar e, também, lavrar boletins de ocorrência com o mesmo teor. Vejam orientações completas no boletim APEOESP Urgente nº 9, disponível no portal da entidade (www.apeoesp.org.br).
A APEOESP não abrirá mão da conquista dos professores e lutará por todos os meios a seu alcance para que a lei seja cumprida.

Educação de SP tem 48h para cumprir jornada

A Secretaria de Estado da Educação divulgou como deverá ser cumprida a jornada extraclasse dos professores.

Atualmente, o professor dá 50 minutos de aula, mas ganha por 60 minutos --a hora cheia.

Com a nova organização da carga horária, estes 10 minutos restantes em cada aula contarão como jornada extraclasse.

Na jornada extraclasse o professor poderá se dedicar a atividades em local de livre escolha.

Resposta

A Apeoesp (sindicato dos professores) diz ter conseguido uma nova decisão que confirma que, se a liminar não for cumprida, conforme a lei federal e o pedido da Apeoesp, "o secretário da Educação poderá ser responsabilizado e até mesmo preso".

A Educação diz que não foi notificada oficialmente. Se for, tomará providências.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

BASTAAAAAAAAAAAAAAAAA

Não é ser mero formador de opinião enquanto professor de filosofia, mesmo sabendo que esse é meu papel, é também ser mais um brasileiro indignado com a nossa situação politica, é um grito de BASTA pela realidade. E triste saber que nossa pais é uma mãe mesmo! Enquanto  nós brasileiros para conseguir um visto para fora é um deus nos acuda devido a burocracia e outras coisa mais, onde muitos tem seu visto negado, onde é necessario  provar que você vai voltar paara o Brasil, enquanto no Brasil é tão facil, é só vermos a quantidade de europeus migrando para o Brasil na busca de serviço por causa da crise européia,e o pior, ao virem para cá automaticamente eles ocupam o lugar de um de nós brasileiros que podiamos estar, não se trata de ser contra, mas sim é uma reflexão acerca da questão, não é fazer alusão mas sim é um coro de uma voz que não quer calar clamando num deserto, diante de uma sociedade que cruza os braços para os problemas sociais.
Cabe a cada um de nós enquanto cidadãos lutar pelos nossos direitos, deixar de votar em políticos simplesmente pela sua dialética igual faziam os antigos sofista, façamos valer nosso papel nessa sociedade cheios de injustiças e violências. Só teremos uma nova vida, quando fizermos alguma coisa. Segundo Sartre “não importa o que fizeram com o homem; importa o que ele fará com o que fizeram dele”. Devemos deduzir uma ação ética, o que significa procurar o desenvolvimento ético e solidário, considerando a alteridade, baseada na ação histórica do presente e não em valores metafísicos do passado.
Convido a todos gritarem comigo BASTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Cristiano Leme (Especializando em Filosofia)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

7 MOTIVOS PARA SER PROFESSOR NO ESTADO


Leia com atenção os 7 (sete) motivos para você se tornar um Professor do Estado...As coisas ja eram boa imagina como ficou após o governo de Serra

7 (sete) é um número de destaque, pois ele simboliza a perfeição: em sete dias Deus fez o mundo, sete são as cores do arco-íris, mas também sete é conta de mentiroso. O 7 aqui será utilizado em relação à educação e, mais especificamente, ao professor.
Ser professor é socializar o saber, é construir, juntamente com o discente, um conhecimento que valorize o meio em que atua. Por isso, destacar-se-ão 7 motivos para incentivar, você, leitor a ingressar nessa brilhante carreira.

Leia-os com atenção e anote todos os detalhes:

1. Estude muito e leia bastante, principalmente a vida de São Francisco de Assis; lembre-se de que você também terá que fazer um voto eterno de pobreza;

2. Prepare-se para manejar certos instrumentos, com o giz e o apagador. Para tal, orientamos o personal stylest de Michael Jackson; você precisará de luva e máscara durante as aulas;

3. Manter-se em forma não será problema para você; com o corre-corre de uma escola para outra, você estará evitando o sedentarismo; com o salário que receberá, não precisará fazer regime; e caso precise complementar a cesta básica do mês, você ainda terá o privilégio de usar o TÍCKET DE 4 REAIS;

4. O educador é o único que pode acumular cargos: além de ministrar aulas em3 ou 4 colégios diferentes, ainda sobra tempo para ser sacoleiro, levando para as escolas os últimos lançamentos do Paraguai ou sendo importante representante de empresas como a AVON, a HERMES e a SHOPPING MAIS;

5. A formação continuada do professor é algo bastante importante e valorizada pelo governo. Com sorte, você será selecionado para ficar em um grande e luxuoso hotel como o IAT, desfrutar de ótimas instalações e saborear um cardápio variado; tudo isso com uma
localização privilegiada e com vista para o ma...to;

6. O local de trabalho deve ser evidenciado: o educador, quase sempre, trabalha em escolas-modelo, cujo slogan é a fartura: 'farta' limpeza, 'farta' funcionário, 'farta' material didático, enfim, 'farta' tudo;

7. Por fim, você desfrutará de um plano de saúde de ótima qualidade, cuja eficiência é demonstrada nos consultórios psiquiátricos repletos de professores que, ao completarem a idade e o tempo de serviço, já se encontram fatigados pelo trabalho, sugados pelo sistema e em pleno desmoronamento físico além do mental.

Assim, depois de ler essas sete dicas, não perca a oportunidade e não desista: vá a um posto do estado e inscreva-se no concurso do ESTADO.
O estado quer lhe receber de braços abertos. O nosso lema é: 'PAGUE PARA ENTRAR, REZE PARA SAIR'. Aos que já se encontram desfrutando desse 'néctar' que é ser funcionário da SEED, nossos parabéns, você é persistente e capaz. Possivelmente, não terá recompensa aqui na terra, mas é certo que já tenha adquirido lugar privilegiado no céu.

Palhaçada!!!!! é nossa politica

Caro leitores  iniciamos um ano eleitoral, onde somos convidados a refletir sobre a quem devemos dar nossos votos, somos convidados a perguntar a quem entregaremos as prefeituras, quem estara a frente de nossas prefeituras durante esses proximos quatro anos. Jamais podemos esquecer que o problemas da nossa sociedade tem uma parcela de culpa nossa, pois, somos nós que damos a eles o poder de gerir nossa cidade. É nessa ideia que convido vocês a lerem o comentário postado em seu blog de um grande amigo meu Sociólogo Rodrigo professor do Estado da E.E.Antonieta Berges e da rede do Objetivo . Refleitam sobre esse artigo e veja ainda como esta nossa politica ainda....
Segue então o artigo...
Bem caro amigos, venho novamente fazer mais uma reflexão, quando havia eu terminado de dar as minhas duas aulas no Estado, fui descansar e assistir o programa humorístico denominado CQC - Custe o que Custar. No especial de dia das crianças algumas matérias foram de extrema sutileza e humor refinado e também matérias de cunho investigativo e de cobrança de descaso com a população. Mas ontem ao assistir uma matéria ao qual o Senhor Deputado Francisco Everardo Oliveira Silva vulgo Tiririca, sabatinado no quadro O Povo quer saber, no qual um Brasileiro o pergunta "O que dá mais dinheiro, ser Deputado ou palhaço?"

E lógico para a minha surpresa e indignação, sua resposta é a seguinte: "Cara! o que dá dinheiro na verdade são os shows, e deputado bicho! na verdade é uma merreca!"

Meu Deus do Céu, então porque ele se candidatou, para ser Madre Tereza de Calcutá? Por altruísmo, vamos combinar então! Na câmara e no Senado temos somente pessoas que são abnegadas, com um espirito de se doar para o povo, e por que então eles não aumentão o Salário mínimo ao seu valor real que seria de + ou- de 2000 reais, porque não melhora a Saúde, a Educação, o transporte público.
Bem amiguinho, em minha pesquisa busquei valores e no blog do Professor Rafael Porcari tive a informação da merreca segundo TIRIRICA diz que ganha:


· Salário Mensal: R$ 16.512,09 (2010). {Para 2011, R$ 26.700,00}.

· 13º,+ 14º e 15º Salários;

· Auxílio Moradia: R$ 3.000,00;

· Cota Telefônica: R$ 4.000,00;

· Passagens: R$ 9.000,00;

· Assinaturas Mensais de Revistas: R$ 1.000,00;

· Assistência Médica: R$ 8.000,00;

· Verba Indenizatória: R$ 15.000,00;

· Verba de Gabinete: R$ 60.000,00.
No seu total um deputado ganha R$ 126, 670,00 por mês! Isto é merreca? Ai esta gente! Quem vocês votaram como um voto de protesto! Ai eu pergunto! Protesto para quem? Com a sua finalidade? Nicolau Maquiavel estava certo. "O povo possui o governo que merece!"


Assim nasce minha indignação com nossa politica atrvés de seu artigo, parabens pelo artigo

Estudantes criam alternativas para problemas futuros

O "Cultura e Meio Ambiente" mostra como as soluções para problemas do cotidiano podem ser encontradas no ambiente escolar. As feiras tecnológicas revelam a criatividade de estudantes e indicam alternativas para muitos problemas, inclusve, ambientais.

Obs: Bom trabalho criaturas...

Estamos de volta

Somos as vezes levados pela correria do dia a dia deixar um pouco de lado algumas questões, porém o blog foi uma dos que deixei de lado por conta da correria, mas gostaria de deixar a meus leitores que aqui estou de volta e com muita garra e vontade, afinal a episteme philosoyco não pode perder sua essencia, ou seja, o conhecimento filosófico que perpassa qualquer outra ideologia. Precisamos estar sempre questionando a nossa volta para que assim possamos nos distanciar das crenças antigas e criar um pensamento critico a respeito da vida e do mundo em que vivemos. Nesse blog estaremos postando e refletindo sobre tudo que faz parte de nossa vida, porém religião, politica e teologia sempre fará parte de nossa pesquisa. Obrigado a todos e sejam bem vindo ao novo estilo e design do blog

domingo, 26 de setembro de 2010

Domingo dia 26 de setembro as 22h



Tema: Corpo e Cultura: A grande saúde

Cuidar do corpo, preservar a saúde, buscar a melhor forma física, estas são grandes inquietações do homem contemporâneo. Para falar sobre o conceito de saúde dos dias de hoje e sobre a nossa relação com o corpo, o Café Filosófico traz o filósofo Carlos José Martins e o psicanalista Nahman Armony. Os avanços da medicina e dos tratamentos estéticos nos apresentam cada vez mais possibilidades. E parece que nós também ficamos mais exigentes: queremos ter corpo perfeito e saúde plena. Mas entre tantos diagnósticos médicos e modelos estéticos o que de fato é fundamental para o nosso bem-estar?

segunda-feira, 26 de julho de 2010

"Morrer ou deixar morrer"

Não é querer fazer alusão as ideologias nazistas ou a qualquer tipo de ideologias, nem é ser anarquista, mas pelo contrario, é suscitar uma atitude critica na sociedade em que vivemos. Recordar que Segundo Nietzsche quando nos tornamos passíveis diante dos problemas sem questionar ou lutar, enfim quando fugimos dos nossos direitos, transferimos o nosso poder a outras pessoas.
Assim eu pergunto “morrer, ou deixar morrer”? Morrer é lutar pelos seus direitos, é lutar pela vida é fazer algo de sua existência, e deixar morrer é simplesmente cruzar os braços para tudo. E hoje, o que estamos fazendo?
Eichman matou e deixou morrer por “obedecer a ordem”. Durante o nazismo, o povo alemão matou e deixou morrer “por não saber o que acontecia”. Os Judeus foram mortos, mas também deixaram morrer, por que muitos não se revoltaram, não reagiram. Enfim, Hannah Arendt aponta para uma dimensão terrível do mal, terrível porque ele não está apenas nos grandes assassinos da história, nos vilões, mas em todas as pessoas que não se comprometem com a vida, em todas as pessoas que matam ou deixam morrer. Ainda segundo essa ótica, como encarar as pessoas que votam em políticos corruptos por causa da propaganda, ignorando os fundamentos críticos da vida política, ou seja, a ação. A corrupção começa no instante em que as pessoas não se importam com a política. Cada cidadão que não se preocupa com a política, esconde-se atrás de desculpas, é culpado pela corrupção.
Enfim, quando deixamos de nos preocupar com a política, com as pessoas somos culpados e coniventes com a corrupção. Rousseau também nos leva perceber como o homem leva a corrupção quando simplesmente ele deixa agir pelo seu interesse particular deixando de lado a vontade geral, ou seja, o homem “desfrutará dos direito dos cidadãos sem desempenhar os deveres dos súditos- injustiça cujo progresso determinaria a ruína do corpo político”. Portanto o homem corrompe o cidadão quando simplesmente agi pelo seu interesse particular, ele “mata e deixa morrer”
Cabe a cada um de nós enquanto cidadãos lutar pelos nossos direitos, deixar de votar em políticos simplesmente pela sua dialética igual faziam os antigos sofista, façamos valer nosso papel nessa sociedade cheios de injustiças e violências. Só teremos uma nova vida, quando fizermos alguma coisa. Segundo Sartre “não importa o que fizeram com o homem; importa o que ele fará com o que fizeram dele”. Devemos deduzir uma ação ética, o que significa procurar o desenvolvimento ético e solidário, considerando a alteridade, baseada na ação histórica do presente e não em valores metafísicos do passado.

Dedicado ao meu  aluno Carlos do CEFAM 2A que pediu um artigo sobre o nazismo

Autoria própria: Cristiano Leme

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Pensamento Platonico no livro Dorian Gray

Platão diz que para se encontrar a verdade sobre o belo deve-se seguir o caminho da investigação do conhecimento, que é capaz de conduzir a todas as verdades do mundo real, onde o conhecimento é irrefutável e sem contradições. Como no caso do jovem Dorian Gray que se apega tanto ao belo material a ponto de perder a sua própria alma para um retrato.

O Retrato de Dorian Gray, Dorian Gray se apega ao belo material, ao mundo das coisas, ao mundo dos humanos, ao belo do mundo sensível. Ele abre mão de sua própria alma para permanecer eternamente belo. Dorian Gray perde a alma para o quadro. Ele deixa a razão de lado. O que lhe interessa agora são os prazeres do corpo que para Platão é a morada dos elementos que induzem o homem ao caos ou à desordem. Enquanto o retrato envelhece (e envelhece, pois ele possui a alma de Dorian) Dorian Gray se mantém jovem, desalmado e frio, por isso comete várias atrocidades, sem o menor remorso.
Dorian Gray no início representa toda a perfeição do espírito grego: a harmonia do corpo e da alma. "Alma e corpo, corpo e alma", que estranho mistério! A horrenda podridão emergia da vida interior, a lepra do pecado devorava lentamente o retrato. p.157.

O retrato era a sua própria consciência. Iria destruí-lo. Destruiria a odiosa tela onde vivia a sua alma e livre viveria em paz. Empunhou a faca e golpeou o retrato. O belo sensível, belo da aparência é passageiro e, portanto não tem valor para Platão. Só o belo absoluto, belo do mundo das idéias permanece, e é valoroso. Dorian, ao contrário de Platão, valorizava apenas o belo sensível e, desprezava o mais importante, que é o belo absoluto, único, verdadeiro, ideal e perfeito.

Autoria própria: Cristiano Leme

sábado, 24 de abril de 2010

Papa aplica "tolerância zero" e começa a afastar bispos envolvidos com pedofilia

O Papa Bento 16 aceitou, esta semana, a renúncia de bispos envolvidos direta ou indiretamente em escândalos de pedofilia, em mensagem aos católicos de todo o mundo de que a Igreja não tolerará nunca mais que padres abusem sexualmente de menores.
A demissão, esta sexta-feira, do bispo belga Roger Vangheluwe, de 73 anos, que admitiu ter abusado de um menor, foi anunciado pelo departamento de imprensa do Vaticano e confirma a nova linha do Papa de aplicar a "tolerância zero" frente à pedofilia.

"Quando ainda era um simples sacerdote e durante um tempo após ser nomeado bispo, abusei sexualmente de um jovem que fazia parte do meu entorno", confessou Vangheluwe em um comunicado divulgado também pela Santa Sé.
A renúncia do bispo belga foi aceita com base em uma norma canônica que se emprega em casos excepcionais, o artigo 401, parágrafo 2, do Código de Direito Canônico.

A norma foi aplicada em pelo menos seis ocasiões no último mês e autoriza a aposentadoria por "doença" ou por "outras razões graves", sem especificar quais.
"É verdade que no último mês se aplicou em seis ocasiões. Algo que não é normal", comentou à AFP Davide Cito, especialista em direito canônico.

A norma foi aplicada em pelo menos seis ocasiões no último mês e autoriza a saída por "doença" ou "outras razões graves", sem especificar quais.
"É verdade que no último mês se aplicou em seis ocasiões. Algo que não é normal", comentou à AFP Davide Cito, especialista em direito canônico.

Vangheluwe é o primeiro bispo que renuncia por estar diretamente envolvido no abuso sexual de um menor após a onda de escândalos que castiga a Igreja Católica da Europa e dos Estados Unidos desde o início do ano pelos padres pedófilos e que se estendeu a Brasil e Chile.
Outros clérigos renunciaram aos cargos por terem encoberto os casos de pedofilia durante décadas, política mantida pela hierarquia da Igreja católica.

Entre os que renunciaram por acobertamento está o prelado irlandês Kildare e Leighlin, James Moriarty, que admitiu na quarta-feira que teria podido "questionar a cultura do silêncio imperante" na Igreja de seu país.
Na Irlanda, onde explodiu no começo do ano o escândalo, seis bispos e bispos auxiliares envolvidos em investigações sobre abusos sexuais apresentaram sua demissão ao Papa, quatro das quais foram aceitas.

Na terça-feira, o Papa nomeou novo arcebispo de Miami, ao substituir o monsenhor John Favalora, que administrou esta diocese por 16 anos, durante os quais teve que fazer frente a diversos escândalos por denúncias de abuso sexual cometidos por sacerdotes e ao pagamento de indenizações milionárias.

Favalora saiu seis meses antes de se aposentar, o que surpreendeu vários observadores de assuntos internos do Vaticano.
"O Papa começa a fazer limpeza e resulta mais rigoroso do que se esperava", assegurou à AFP o vaticanista Bruno Bartoloni.

"Também toma medidas exemplares contra os responsáveis de ter encoberto os casos", acrescentou.
Com estas medidas, Bento 16 demonstra "que põe em andamento a operação limpeza, uma batalha moral e espiritual que sente profundamente", comentou por sua vez o vaticanista Marco Politi.

"A anunciada queda de cabeças começa a se cumprir", disse Politi.
A nova fase de "limpeza" interna havia sido anunciada em 20 de março pelo mesmo pontífice na Carta Pastoral dirigida aos católicos irlandeses.

Nela não só manifesta a "vergonha" e os "arrependimentos" de toda a Igreja frente ao escândalo de pedofilia, senão que anuncia que os sacerdotes culpados de abusos sexuais responderão "perante Deus" e ante a Justiça.
"Deve-se admitir que foram cometidos erros de avaliação e que houve falhas de governo", escreveu o Papa no capítulo dedicado aos "irmãos bispos".

quarta-feira, 14 de abril de 2010

CAFÉ FILOSÓFICO

CAFÉ FILOSÓFICO
Tema: “Cuidado de si e escolha ética no estóico Marco Aurélio"
Convidado: Profa Dra. Rachel Gazolla (Faculdade de São Bento e PUC)

Organização

Faculdade de São Bento

Instituto Jacques Maritain do Brasil



Local: Café Girondino, Largo São Bento

Data: 26/04/10 Horário: 17:00h às 19:00h

quarta-feira, 31 de março de 2010

EU VOU TIRAR VOCÊ DESSE LUGAR - O que a midia não mostra!!!!!!!!!





O Portal do Mundo do Trabalho reproduz abaixo nota da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES-SP) em apoio à paralisação do magistério paulista.

Por que os professores de SP estão em greve

A mídia que apoia Serra diz que é por uma questão política: ele melhorou a Educação em São Paulo com a implantação de um regime de “remuneração por mérito”, e as entidades representativas dos professores querem atrapalhar a sua candidatura à Presidência da República, criando confusão para impedir o povo de ver esses avanços.

O governador, por sua vez, diz que a greve não existe – e, para sentir-se mais seguro de que não existe mesmo, manda a tropa de choque atacar os grevistas.

Mas o fato é que professor, como qualquer ser humano, tem o direito a aumento de salário – e o governo não quer dialogar porque insiste numa “política salarial” que não reconhece esse direito.

Em que consiste essa política:

1º Elevar o número de professores temporários à espantosa casa dos 113.242 – praticamente metade da categoria – ao invés de contratá-los, através de concurso público, como professores efetivos.

2º Congelar os salários dos professores em todas as faixas salariais – da base ao topo.

3º Criar um arremedo de plano de carreira, indevidamente denominado de “avaliação por mérito” (Lei 1097/2009), composto de cinco faixas salariais. A diferença entre o salário de uma faixa e a anterior é sempre de 25%, de modo que o salário da faixa 5 seja o dobro da faixa 1.

4º Submeter a mudança de faixa ao resultado de uma prova, que poderá ser tentada, a primeira quatro anos depois do ingresso na carreira e as demais a cada três anos.

5º Para passar da primeira para a segunda faixa, a nota mínima é seis. Se o número de aprovados exceder a 20% da categoria, haverá o corte dos excedentes – o professor pode tirar nota seis e não ser classificado. 80% da categoria deverá permanecer obrigatoriamente na faixa 1.

Em função das perdas salariais sucessivas, hoje, o professor PEB I, que trabalha de primeira à quarta série (antigo primário) recebe R$ 6,58 por hora. Isso significa que o salário inicial por 24 horas é R$ 785,50. Esse mesmo professor trabalhando 30 horas semanais chega a R$ 981,88. Já o professor PEB II, que são aqueles do ensino fundamental e médio (antigo ginásio e colegial) ganha R$ 7,50 por hora. Por 24 horas semanais de trabalho, ele recebe R$ 909,32. Por 30 horas, R$ 1.136,63. E todos têm nível universitário.

Com os salários congelados, o máximo que poderiam receber depois de 13 anos, aqueles classificados em todas as etapas, seria o dobro dessa miséria.

Fora isso, o que existe é um abono que pode ou não ser concedido, conforme os humores do governo a cada ano, e que não é incorporado ao salário nem gera direito algum para os trabalhadores da Educação.

É evidente que uma política que mantém metade da categoria em estado de semi-informalidade, estabelece aumento zero em todas as faixas e reduz o critério para progressão na carreira unicamente ao resultado de uma prova (teórica) é uma política de desvalorização da profissão.

Como ainda não nasceu – nem vai nascer – quem seja capaz de melhorar a Educação desvalorizando o magistério, a conclusão que se impõe é que só a mobilização dos professores rompendo com os limites impostos por essa política e conquistando aumento de salário e a efetivação dos temporários pode salvar a Educação Pública em São Paulo.

A política de Serra não tem nada a ver com “mérito”, e tudo a ver com a desorganização do Ensino Público para favorecer o Ensino Privado.

É por isso que os estudantes e o povo paulista estão cada vez mais firmes com os professores nesta luta.

União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES-SP)

segunda-feira, 29 de março de 2010

No governo Serra educação é problema de polícia.



Porrada em professor esporte predileto do Zé Serra

Tentativa de negociação do Magistério termina com 16 feridos

O protesto de professores na região do Palácio dos Bandeirantes foi reprimido com jatos de spray de pimenta disparados por um helicóptero da PM contra a multidão, que enfrentou também bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e cassetetes.

Há pelo menos 16 feridos; entre eles o professor Carlos Ramiro de Castro, vice-presidente da CUT, ferido na testa com estilhaços de bombas quando tentava negociar com os policiais, e os professores de História Severino Honorato da Silva e Luis Cláudio de Lima, atingidos por uma bala de borracha.

A Cavalaria, a Tropa de Choque e a Força Tática da Polícia Militar foram mobilizadas para impedir que os professores chegassem aos portões do Palácio dos Bandeirantes. "Foi horroroso. Os policiais vieram com muita violência. Foi bomba para todo lado", lamenta Carlos Ramiro.

Em greve desde o dia 8 de março, os professores e funcionários do Magistério Paulista decidiram nesta sexta-feira (26/03) manter a paralisação. "Os líderes dos professores foram levados em viatura ao Palácio dos Bandeirantes e lá foram informados que não havia negociação. É um absurdo chamar para dizer que não existe diálogo", conta a deputada Maria Lúcia Prandi, presidente da Comissão de Educação da Assembleia.

A deputada também revoltou-se com a violência gratuita contra os trabalhadores. "Foram muitas bombas e estava difícil respirar por causa das bombas de gás lacrimogêneo. A passeata só andou um quarteirão. Estávamos distante do Palácio dos Bandeirantes. Tentamos negociar com a Tropa de Choque, mas foi muita violência", lamenta a deputada, que é professora aposentada.

domingo, 28 de março de 2010

TEORIA DO SER SEGUNDO PARMÊNIDES

Parmênides foi um dos primeiros filósofos no qual baseava suas indagações apartir da natureza. Acreditava em uma determinada substância básica por traz de todas essas transformações.
Ele acreditava que tudo que existe sempre existiu nada podia surgir do nada; e nada que existe pode transformar em nada. Se uma coisa existe, jamais poderá ser outra,.
Enfim, quando Parmênides diz que as coisas que existem jamais poderão deixar de existir, é o mesmo de dizer em outras palavras que o ser é e o que não é não pode existir, pois, o que não é, não pode ser pensado. O ser existe e sempre existirá, o ser é único, imóvel, imutável, sem variações e eterno. O real é algo da qual se pode ver, portanto a noção existencialidade diz de fato a coisa que é. Então o ser é e o que é poder ser predicado, identificado e existente, e o que não é se torna inexprimível, dele nada se pode afirmar, logo não é predicado, não é identificado e não é existente. O que não é, não existe. Quando se pode dizer sobre algo, então ele já existe, já identifica e predica, assim o ser é. O ser é dizer uma realidade, poder pensar o ser, se pode pensar o sobre o ser, logo o caminho a ser tomado é o que é.
Quando parte do não é, ele é o caminho que não dá pra dizer, ele é irrefêrencial, não pode ser pensado, é um caminho vazio. O ser e o pensar possuem uma identidade.
O ser é ingênito, imperecível, compacto, inabalável, o ser é imutável e perfeito
O ser é via da verdade, por isso em seu poemas ele diz :
“eu te direi, e tu, recebes a palavra que ouviste,
os únicos caminhos de inquérito que são a pensar:
o primeiro, que é; e, portanto, que não é não ser,
de persuasão, é caminho, pois à verdade acompanha.
O outro, que não é; é, portanto, que é preciso não ser.
Eu te digo que este último é atalho de3 todo não crível,
pois nem conhecerias o que não é, nem dirias...
{...}
Pois o mesmo é a pensar e portanto ser.
{...}
Necessário é dizer e pensar que o ente é; pois é ser.
E nada não é. Isto eu te mando considerar.”

É necessário pensar e dizer: que o ente é, pois é ser; e o que nada não é, pois é não ser. Parmênides afirma que o que pode ser dito e pensado deve ser ou existir como, inversamente, afirma que o ser é o que pode ser pensado e dito. E em contraposição declara que o nada, porque não é não existe, não pode ser pensado nem dito, como inversamente, que o que não pode ser pensado nem dito, não é.
Conclui que para Parmênides que o ser é e o nada não é, que pode ser dito e pensado, que o nada não poder ser dito nem pensado, que pensar e ser são o mesmo. Que, portanto, o nada é não ser e indizível.

Autoria: Cristiano Leme

sábado, 27 de março de 2010

A Liberdade Ética:

Diz-se que a vontade do homem é livre para decidir entre o bem e o mal. Mas é livre do que? É livre para escolher o que?
A vontade do homem é a sua capacidade de escolher entre alternativas. A sua vontade, de fato, decide qual a sua ação entre certo número de opções. Nenhum homem é compelido a agir contrário à sua vontade, nem forçado a dizer aquilo que não quer. Suas decisões não são formadas por uma força externa, mas por forças internas. A vontade toma decisões, e estas decisões tomadas não estão livres de influências. O homem escolhe com base nos sentimentos, gostos, entendimentos, anseios, etc. Em outras palavras, a vontade não é livre do homem mesmo. Suas escolhas são feitas pelo seu próprio caráter. Sua vontade não é independente de sua natureza. A vontade é inclinada àquilo que você sente, ama, deseja e conhece. Você sempre escolhe com base em sua disposição; de acordo com a condição do seu coração. A Bíblia diz que nossa vontade não é livre, ao contrário, ela é escrava do coração - ( Gn 6:5; Rm 3:12; Jr 13:23 ).A capacidade de escolha do coração do homem é livre para escolher qualquer coisa que o coração ditar; assim, não existe qualquer possibilidade de um homem escolher agradar a Deus sem que haja a prévia operação da Graça Divina. Note o texto bíblico: "Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro " (I Jo 4:19). Se carne fresca e salada de tomate fossem colocadas diante de um leão faminto, ele escolheria a carne.
É a natureza que dita sua escolha Jr.13:23). Por isto não existe livre arbítrio. O arbítrio humano, assim como toda a natureza humana, é inclinado só e continuamente para o mal. (Jr 13:23).Não existe livre arbítrio a menos que Deus mude o coração e crie um novo coração em submissão e verdade, o homem não pode decidir por Jesus para Ter a vida a vida eterna. (Jo 3:7; Ez 11:19; 36:26; Atos 16:14).A vontade não é livre. Pelo contrário, ela é escrava, escrava do coração pervertido; escrava da natureza (Jr. 17:9; 12:2; Mc 7:6,21).Foi a vontade de escolher o fruto proibido que nos atirou na miséria. Só a vontade de Deus tem realmente liberdade, e se quiser pode dar vida. (Jo 1:12-13)
1. SIM, o homem é livre no sentido de que suas escolhas não são determinadas, em linhas gerais, por nenhuma compulsão externa. Podemos dizer que ele tem LIVRE AGÊNCIA.
2. ENTRETANTO, suas ações são determinadas pela natureza de seu próprio caráter, e nós sabemos que esta natureza é só pecado (Rm. 3.10-23). Neste sentido, ele não tem LIVRE ARBÍTRIO de escolher o bem, pois é escravo do pecado. Este “livre arbítrio” foi perdido com a queda, em Adão.
3. Mesmo não possuindo “livre arbítrio”, definido como a possibilidade de escolha do bem, a “liberdade” que possui, definida como livre agência, não é incompatível com o enquadramento do Homem nos planos divinos. Deus, soberanamente, executa os seus desígnios ATRAVÉS da vontade das suas criaturas (veja os seguintes trechos: Fp 2.13; Pv 20.24; 2 Co 3.5; Jr 10.23; Rm 9.16 e Tg 4.13-15).
Ora, quando atribuímos ao homem a escolha entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, entre Deus e o Diabo, atribuímos a ele um poder que o mesmo não possui, pois se dissermos que o homem tem liberdade para escolher se quer servir a Deus ou ao Diabo, ser deseja ser cristão ou ímpio, a lógica deste argumento então é que o homem tem mais poder do que Deus e o Diabo juntos, pois escolhe a qualquer momento a quem ele quer servir, se quer servir e quando irá servir. Portanto, esse conceito de que o homem possui liberdade quanto às coisas espirituais, quanto a sua salvação, quanto à escolha por Deus, não é verdade, já que em sua natureza pecaminosa ele não pode mais escolher agradar a Deus constantemente em seu coração, pensamentos, atos e atitudes. Deus não constrange o homem quanto a sua exteriorização da salvação, pelo contrário, Deus usa a própria livre agência que o homem possui para que ele mesmo diga em seu coração, através da ação poderosa do espírito santo, que anseia servir a Deus. Deus executa com precisão seus planos “...este para mim é um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel...” Atos 9.15. Para entendermos melhor a doutrina da soberania de Deus e a própria predestinação é preciso compreender que Deus na sua Soberania age de tão forma no homem que este sai da sepultura para a vida abundante em Cristo através da ação do Espírito Santo “ele vos deu vida estando vós mortos nos nossos delitos e pecados... e estando nós mortos em nossos delitos e pecados, nos deu vida juntamente com Cristo, pela graça sois salvos...mediante a fé, e isto não vem de vós; é dom de Deus... ” Efésios 2:1,5,8. Não é negando a existência do plano de Deus, nem diminuindo a sua soberania, que retratamos a realidade expressa na Bíblia sobre essas questões. Não possuímos “livre arbítrio”, mas Deus é infinitamente soberano e onipotente para executar seus planos, sem violação da LIVRE AGÊNCIA que nos concedeu.
A Liberdade Circunstancial:
A vontade pode ser livre para planejar, mas não para executar. Quando se diz que a vontade é livre, obviamente não quer dizer que ela determina o curso da nossa vida. Não escolhemos doença. pobreza ou dor; Não escolhemos nossa condição social, nossa cor, ou nossa inteligência. Ninguém pode negar que o homem tem vontade, e que esta faculdade de escolher o que dizer, fazer, pensar, etc. ... tem nos frustrado bastante. Pensando em nossa liberdade circunstancial, podemos projetar um curso de ação, mas não podemos realizar o intento. Em outras palavras, podemos escolher o que queremos estudar, o carro que vamos comprar, a cor, a marca, o modelo, a mulher com quem queremos casar, enfim podemos em nossa vontade ter a capacidade de tomar uma decisão, mas não o poder de realizar seu propósito. ( PV 16:9; Jr 10:23; Lc 12:18-21).Sim. O homem pode escolher e planejar o que tiver vontade. Mas a sua vontade não é livre para realizar nada contrário à vontade de Deus.


Autoria : Cristiano Leme

quarta-feira, 24 de março de 2010

Sócrates

Biografia e ideias de Sócrates
Σωκράτης
Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 470 AC, e tornou-se um dos principais pensadores da Grécia Antiga. Podemos afirmar que Sócrates fundou o que conhecemos hoje por filosofia ocidental. Foi influenciado pelo conhecimento de um outro importante filósofo grego: Anaxágoras. Seus primeiros estudos e pensamentos discorrem sobre a essência da natureza da alma humana.
Sócrates era considerado pelos seus contemporâneos um dos homens mais sábios e inteligentes. Em seus pensamentos, demonstra uma necessidade grande de levar o conhecimento para os cidadãos gregos. Seu método de transmissão de conhecimentos e sabedoria era o diálogo critico. Através da palavra, o filósofo tentava levar o conhecimento sobre as coisas do mundo e do ser humano.
A ironia, pode ter um significado depreciativo, sarcástico ou de zombaria, mas no grego, quer dizer “interrogação”, e Sócrates fazia isso e no decorrer do dialogo, atacava de modo implacável as respostas de seus interlocutores. A primeira virtude do sábio é adquirir consciência da própria ignorância. “Sei que nada sei”. A maiêutica, libertos do orgulho e da pretensão de que tudo sabiam, os discípulos podiam então iniciar o caminho da reconstrução de suas próprias idéias. Nessa fase, Sócrates quer ajudar as pessoas a conceberem as suas próprias idéias. Arte de dar a LUZ.
Conhecemos seus pensamentos e idéias através das obras de dois de seus discípulos: Platão e Xenofontes. Infelizmente, Sócrates não deixou por escrito seus pensamentos.
Sócrates não foi muito bem aceito por parte da aristocracia grega, pois defendia algumas idéias contrárias ao funcionamento da sociedade grega. Criticou muitos aspectos da cultura grega, afirmando que muitas tradições, crenças religiosas e costumes não ajudavam no desenvolvimento intelectual dos cidadãos gregos.
Em função de suas ideias inovadoras para a sociedade, começa a atrair a atenção de muitos jovens atenienses. Suas qualidades de orador e sua inteligência, também colaboraram para o aumento de sua popularidade. Temendo algum tipo de mudança na sociedade, a elite mais conservadora de Atenas começa a encarar Sócrates como um inimigo público e um agitador em potencial. Foi preso, acusado de pretender subverter a ordem social, corromper a juventude e provocar mudanças na religião grega. Em sua cela, foi condenado a suicidar-se tomando um veneno chamado cicuta, em 399 AC.

Matéria de aula dos 2º anos, aos meus alunos do Rilando e do E.E.Diadema(Cefam)

Matéria de aula dos 2º anos, aos meus alunos do Rilando e do E.E.Diadema(Cefam)


Conforme combinado fica disponível a matéria trabalhada em sala de aula para estudos pessoais. Que possa auxiliá-los para uma compreensão melhor.
Façamos de cada pensamento uma colheita, para a edificação segura do conhecimento humano.
Não os trago caminho novo, o que lhes trago é uma nova forma de caminhar


JEAN – PAUL SARTRE (1905 – 1980)
Foi um expressivo expoente do existencialismo ateísta. Além do filósofo, foi novelista e crítico. Ao final da sua vida, distanciou-se do existencialismo, desenvolvendo seu próprio estilo de sociologia marxista.
Foi educado na École Normale Supérieure de Paris e posteriormente lecionou em vários liceus na capital francesa.
Durante a 2ª Guerra Mundial, serviu o exército e, durante nove meses, foi prisioneiro de Guerra na Alemanha. Após ter sido libertado, ingressou na Resistência Francesa.

OBRAS
Sartre existencialista
- A imaginação/ A Transcendência do Ego.
- A Náusea.
- O Ser e o Nada: Ensaio de Ontologia Fenomenológica.
- As Moscas.
- Entre Quatro Paredes.
- O Existencialismo é um Humanismo. (Carta Sobre o Humanismo → Heidegger).
Sartre marxista
- Questão de Método.
- Crítica da Razão Dialética.

“O que é existir como um ser humano?” constitui a pergunta primordial de Sartre. O filósofo procura descrever o que denomina de “realidade humana” do modo mais geral. Sua resposta para tal pergunta já está inserida no título da obra O Ser e o Nada; visto que, segundo o filósofo, a realidade humana consiste de tais modos de existência, ser e nada, na dicotomia ser e não-ser.

JEAN – PAUL SARTRE (1905 – 1980)
1) Psicologia (pensamento sartreano sobre a consciência) → PSICOLOGIA FENOMENOLÓGICA: consciência intencional.
Para Sartre, o eu faz parte da consciência, por isso, não tem o sentido transcendental de Husserl.
→ a consciência não é transcendental: o eu está projetado fora dela, no mundo.
EU (PROJEÇÃO) = angústias, desejos, ambições, revoltas etc.
A consciência é abertura para o mundo. Esta abertura possibilita que o eu se projete. O eu é projeção.
Sartre afirma que: “o homem é um projeto de si mesmo”. Esta afirmação significa que o homem está sempre em construção perpétua.
PROJETAR-SE é ter objetivos. Não ter objetivos é a mais absoluta alienação. O mundo seu sentido.
O sentido das coisas é sempre mutável, pois a projeção do eu nunca é completa. O sentido é uma projeção humana.
As coisas só são coisas porque o eu projeta-se sobre elas.

→ Todos os entes são gratuitos e contingentes. Este é o núcleo da filosofia existencialista de Sartre.

GRATUITOS → tudo que é, surge gratuitamente. Surge como poderia não surgir. Surge sem motivo. Não um telo nelas mesmas. O telo sempre é dado pela projeção do eu sobre elas.

Telo = finalidade.

O homem está em situação. Não há transcendência. É contingente gratuito.

NAÚSEA – é a percepção de que o homem é gratuito e contingente. O telo humano é aquilo que ele constrói para si mesmo.

2) Ser e Nada
em-si: os objetos, o mundo → opaco, pleno (preenchido de conteúdo), gratuito e contingente.
para-si: consciência DE (é sempre inacabada) → projetada no mundo: oca de ser/ oca de essência, é possibilidade, é ação, é liberdade.

O homem é livre, mas as condições de sua liberdade não é.
O homem é situado ou está em situação.
A liberdade é dada pela situação. As coisas que o homem escolhe estão determinadas.
Todos os atos transcendem as motivações, portanto, qualquer tentativa de eximir-sede responsabilidade é má-fé.
O homem é responsável por todos os seus atos. O homem está envolvido com tudo que lhe cerca.
MÁ-FÉ é negar a sua responsabilidade, é eximir-se da sua responsabilidade; é não assumir os fracassos.
RESPONSABILIDADE é assumir seus atos.

A escolha é absurda, pois todos os valores têm o mesmo valor.

• ANGÚSTIA – visão de que estamos projetados no abismo da liberdade.
• Deus não existe. Não há transcendência. Neste sentido, só o homem cria valores.
• ser-para-os-outros: subjetividade → objetivação.
• Sujeito é o homem (EU) → projetar-se no mundo.

Para Sartre sempre que um eu encontra outro eu, um dos eu vai tentar transformar o outro em objeto.
- objetivação: o outro é aquele que me vê e me mantém prisioneiro do seu olhar  pudor, timidez, inferioridade → o homem se vê desprovido de liberdade → conflito → “O inferno são os outros”.

HOMEM para Sartre → a minha projeção é sempre a luta contra o olhar objetivante do mundo. É lutar para não me transformar em objeto do outro.

O homem é um ser inacabado e por isso, está sempre em CONFLITO.



Fenomenologia transcendental – Husserl(1859-1938


A fenomenologia é um método de redução do mundo aos seus fenômenos apodíticos incontestáveis, que devem ser analisados pela consciência.

Husserl(1859-19380) critica a distinção entre aparência e coisa em si. As coisas são tais como a consciência lida com elas. Para isso, deve-se fazer a epoché, ou seja, devemos colocar entre parênteses (suspensão dos juízos ou duvida)



Epoché: afastamento dos prejuízos referente à existência do mundo, ou seja, é afastar da atitude natural (crença existente)
O resíduo da epoché sempre será os fenômenos → tudo é fenômeno: o desejo é fenômeno

Fenomenologia – reduz tudo ao fenômeno (essências)

É o modo de lhe dar com os fenômenos → Consciência (pensamento)

É sempre intencional: consciência de?

Consciência(transcendental) → projeta aos fenômenos → deseja algo / Pensa algo




Fenomenologia transcendental → “A filosofia de volta às coisas mesmas”

Consciência transcendental: são condições de possibilidade, diferentes modos de lidar com os fenômenos, pois, o fenômeno transcende o individuo.

Resumo de minhas aulas: Prof. Cristiano (Filósofo - PUC)

segunda-feira, 22 de março de 2010

7 motivos para ser professor do Estado do Governador SERRA


Leia com atenção os 7 (sete) motivos para você se tornar um Professor do Estado

7 (sete) é um número de destaque, pois ele simboliza a perfeição: em sete dias Deus fez o mundo, sete são as cores do arco-íris, mas também sete é conta de mentiroso. O 7 aqui será utilizado em relação à educação e, mais especificamente, ao professor.
Ser professor é socializar o saber, é construir, juntamente com o discente, um conhecimento que valorize o meio em que atua. Por isso, destacar-se-ão 7 motivos para incentivar, você, leitor a ingressar nessa brilhante carreira.

Leia-os com atenção e anote todos os detalhes:

1. Estude muito e leia bastante, principalmente a vida de São Francisco de Assis; lembre-se de que você também terá que fazer um voto eterno de pobreza;

2. Prepare-se para manejar certos instrumentos, com o giz e o apagador. Para tal, orientamos o personal stylest de Michael Jackson; você precisará de luva e máscara durante as aulas;

3. Manter-se em forma não será problema para você; com o corre-corre de uma escola para outra, você estará evitando o sedentarismo; com o salário que receberá, não precisará fazer regime; e caso precise complementar a cesta básica do mês, você ainda terá o privilégio de usar o TÍCKET DE 4 REAIS;

4. O educador é o único que pode acumular cargos: além de ministrar aulas em3 ou 4 colégios diferentes, ainda sobra tempo para ser sacoleiro, levando para as escolas os últimos lançamentos do Paraguai ou sendo importante representante de empresas como a AVON, a HERMES e a SHOPPING MAIS;

5. A formação continuada do professor é algo bastante importante e valorizada pelo governo. Com sorte, você será selecionado para ficar em um grande e luxuoso hotel como o IAT, desfrutar de ótimas instalações e saborear um cardápio variado; tudo isso com uma
localização privilegiada e com vista para o ma...to;

6. O local de trabalho deve ser evidenciado: o educador, quase sempre, trabalha em escolas-modelo, cujo slogan é a fartura: 'farta' limpeza, 'farta' funcionário, 'farta' material didático, enfim, 'farta' tudo;

7. Por fim, você desfrutará de um plano de saúde de ótima qualidade, cuja eficiência é demonstrada nos consultórios psiquiátricos repletos de professores que, ao completarem a idade e o tempo de serviço, já se encontram fatigados pelo trabalho, sugados pelo sistema e em pleno desmoronamento físico além do mental.

Assim, depois de ler essas sete dicas, não perca a oportunidade e não desista: vá a um posto do estado e inscreva-se no concurso do ESTADO.
O estado quer lhe receber de braços abertos. O nosso lema é: 'PAGUE PARA ENTRAR, REZE PARA SAIR'. Aos que já se encontram desfrutando desse 'néctar' que é ser funcionário da SEED, nossos parabéns, você é persistente e capaz. Possivelmente, não terá recompensa aqui na terra, mas é certo que já tenha adquirido lugar privilegiado no céu.

Professores decidem continuar com greve





Os professores da rede estadual de São Paulo votaram na tarde desta sexta-feira (19) a manutenção da greve por tempo indeterminado. A categoria paralisou as atividades no último dia 8, reivindicando reajuste salarial de 34,3%, entre outros pontos.

Manifestantes pretendem agora seguir para frente da Secretaria de Estado da Educação, na Praça da República, no centro da capital paulista. A Apeoesp, sindicato da categoria, estima que 40 mil pessoas se reuniram em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), para a assembleia – a Polícia Militar, no entanto, prevê um número menor, de 8 mil participantes.
Maria Izabel Noronha, presidente da entidade, afirmou para os professores que a próxima assembleia será feita no dia 26 de março, diante do Palácio do Governo, na região do Morumbi, na zona sul da cidade. A intenção é pressionar o governo para anteder os pedidos do movimento.
Presidente do CPP (Centro do Professorado Paulista), José Maria Cancelliero, afirma que as entidades estão dispostas a negociar com o governo o fim da greve, desde que as reivindicações sejam atendidas:
- É o governo que não quer negociar. No ano passado, cinco pedidos de reunião, relativos ao reajuste salarial, foram protocolados na Secretaria de Estado da Educação. Nenhum foi atendido. Esse ano, outros pedidos foram protocolados.
A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo informou, por meio da assessoria de imprensa, que só irá se pronunciar no final da tarde.

A luta de Classe - Karl Marx

Não basta existir uma crise econômica para que haja uma revolução. O que é decisivo são as ações das classes sociais que, para Marx e Engels, em todas as sociedades em que a propriedade é privada existem lutas de classes (senhores x escravos, nobres feudais x servos, burgueses x proletariados). A luta do proletariado do capitalismo não deveria se limitar à luta dos sindicatos por melhores salários e condições de vida. Ela deveria também ser a luta ideológica para que o socialismo fosse conhecido pelos trabalhadores e assumido como luta política pela tomada do poder. Neste campo, o proletariado deveria contar com uma arma fundamental, o partido político, o partido político revolucionário que tivesse uma estrutura democrática e que buscasse educar os trabalhadores e levá-los a se organizar para tomar o poder por meio de uma revolução socialista.
Marx tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustiça social, e que o único jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna seria explorando os trabalhadores, ou seja, o capitalismo, de acordo com Marx é selvagem, pois o operário produz mais para o seu patrão do que o seu próprio custo para a sociedade, e o capitalismo se apresenta necessariamente como um regime econômico de exploração, sendo a mais-valia a lei fundamental do sistema.

terça-feira, 9 de março de 2010

Pré Socráticos

Os pré-socráticos são filósofos que viveram na Grécia Antiga e nas suas colônias. Assim são chamados pois são os que vieram antes de Sócrates, considerado um divisor de águas na filosofia. São chamados de filósofos da natureza, pois investigaram questões pertinentes a esta, como de que é feito o mundo.

Tales de Mileto- (+ ou- 640-548 a. C)
Tales é considerado o pai da filosofia grega, o primeiro homem sábio. Os pensadores de Mileto iniciaram uma física e uma cosmologia. Tudo seria alteração da água, em diversos graus. O alimento de toda a coisa é úmido. A terra era concebida como um disco boiando sobre a água, no oceano. Segundo Tales, a água, ao se resfriar, torna-se densa e dá origem à terra; ao se aquecer transforma-se em vapor e ar, que retornam como chuva quando novamente esfriados. Desse ciclo de seu movimento (vapor, chuva, rio, mar, terra) nascem as diversas formas de vida, vegetal e animal. A cosmologia de Tales pode ser resumida nas seguintes proposições: A terra flutua sobre a água; A água é a causa material de todas as coisas. Todas as coisas estão cheias de deuses. O imã possui vida, pois atrai o ferro.

Anaximandro (+ ou – 610-547 a. C)
É um filósofo da escola jônica, natural de Mileto e discípulo de Tales. Foi geógrafo, matemático, astrônomo e político. Ao contrário de Tales não deu à gênese um caráter material. O apeíron é eterno e indivisível, infinita e indestrutível. O princípio é o fundamento da geração de todas as coisas, a ordem do mundo evoluiu do caos em virtude deste princípio. Eterno, o ápeiron está em constante movimento, e disto resulta uma série de pares opostos - água e fogo, frio e calor, etc. - que constituem o mundo.


Anaxímenes de Mileto (588-524 A.C.) "Ar"
foi um filósofo da escola jônica, que tem como característica básica explicar a origem do universo ou arché a partir de uma substância única fundamental. Refutando a teoria da água de Tales, e do ápeiron de Anaximandro, Anaxímenes ensinava que essa substância era o ar infinito, pneuma ápeiron. O universo resultaria das transformações do ar, da sua rarefação, o fogo, ou condensação, o vento, a nuvem, a água e a terra e por último pedra. Tudo provém do ar, através de seus movimentos: o ar é respiração e é vida; o fogo é o ar rarefeito; a água, a terra, a pedra são formas cada vez mais condensadas do ar.

Pitágoras (século VI a.C.)
Conhece-se muito pouco sobre a vida desse filósofo, pois foi uma figura legendária, e é difícil distinguir o que é verdade e o que é mentira. Nasceu em Samos, em uma época em que na Grécia estava instituído o culto ao deus Dioniso. Acreditava na divindade do número. O um é o ponto, o dois determina a linha, o três gera a superfície e o quatro produz o volume. Os pitagóricos concebem todo o universo como um campo em que se contrapõe o mesmo e o outro. É de Pitágoras o teorema do triângulo retângulo. Fundou uma seita, em que a salvação dependia de um esforço humano subjetivo, e que tinha iniciação secreta. Os números constituem a essência de todas as coisas segundo sua doutrina, e são a verdade eterna. O número perfeito é o dez, por causa do triângulo místico. Os astros são harmônicos. Foi Pitágoras que inventou a palavra filosofia – (amizade ao saber).


Heráclito- (+ ou – 540-470 a. C)
Nasceu em Éfeso, cidade da Jônia, descendente do fundador da cidade. É considerado o mais importante dos pré-socráticos. É dele a frase de que tudo flui. Não entramos no mesmo rio duas vezes e o sol é novo a cada dia. É o filósofo do devir, a lei do universo, tudo nasce se transforma e se dissolve, e todo o juízo seria falso, ultrapassado. Problema: Parmênides e Heráclito defendiam dois pontos principais diametralmente opostos. Parmênides dizia:

* a) nada muda,
* b) não se deve confiar em nossas percepções sensoriais.

Heráclito, por outro lado, dizia:

* a) tudo muda (“todas as coisas fluem”), e
* b) podemos confiar em nossas percepções sensoriais.

Quem estava certo? Coube ao siciliano Empédocles (c. 490-430 a.C.) indicar a saída do labirinto.

Como estudioso da physis, Heráclito acreditava que o fogo era a origem das coisas naturais.

Mitologia Grega

A mitologia grega compreende o conjunto de mitos, lendas e entidades divinas e/ou fantásticas, (deuses, semideuses e heróis) presentes na religião praticada na Grécia Antiga, criados e transmitidos originalmente por tradição oral, muitas vezes com o intuito de explicar fenômenos naturais, culturais ou religiosos - como os rituais - cuja explicação não era evidente. As fontes remanescentes da mitologia grega ou são transcrições dessa oralida de criação.
Os historiadores da mitologia grega têm, muitas vezes, de se basear em dados fragmentários, descontextualizados (fragmentos de obras literárias, por exemplo) ou através de indícios transmitidos na iconografia grega (principalmente, os vasos) para tentarem reconstituir a riqueza narrativa e conceptual de uma das mitologias mundiais que mais interesse desperta.
Nas suas várias lendas, histórias e cânticos, os deuses da antiga Grécia são descritos como quase humanos em aparência, porém imunes ao tempo e praticamente imunes a doenças e feridas, capazes de se tornarem invisíveis, de viajarem grandes distâncias quase que instantaneamente e de falarem através de seres humanos sem o conhecimento destes.
Cada um dos deuses tem sua própria forma física, genealogia, interesses, personalidade e sua própria especialidade. Essas descrições, no entanto, têm variantes locais que nem sempre estão de acordo com as descrições usadas em outras partes do mundo grego da época. Quando esses deuses eram nomeados em poesias ou orações, eles se referiam a uma combinação de seus nomes e epítetos, com estes os identificando, distinguindo-os de outros deuses. Atualmente, apenas o povo Kalasha, do Paquistão, mantém como religião viva o panteão grego.

→ Natureza da mitologia grega
Enquanto todas as culturas através do mundo têm suas próprias mitologias, esse termo é de cunhagem grega e teve um sentido específico nessa cultura. Ele deriva de mythologia:
• Mythos, que no grego homérico significa superficialmente um discurso ritualístico de um chefe, um poeta ou um sacerdote;
• Logos, que no grego clássico significa "uma história convincente, um argumento em ordem";
Originalmente, então, a mitologia é uma tentativa de trazer sentido às narrativas estilizadas que os gregos recitavam em festivais, sussurravam em locais sagrados e espalhavam em banquetes de aristocratas.
→ Visão geral
O espectro da mitologia grega é enorme. Abrange desde os crimes mais cruéis dos primeiros deuses e as sangrentas guerras de Tróia e Tebas, à infância de Hermes e o sofrimento de Deméter por Perséfone.
→ A era dos deuses
Assim como seus vizinhos, os gregos acreditavam num panteão de deuses e deusas que eram associados a específicos aspectos da vida. Afrodite, por exemplo, era a deusa do amor, enquanto Ares era o deus da guerra e Hades o dos mortos.
Algumas deidades como Apolo e Dionísio revelavam personalidades complexas e uma variedade de funções, enquanto outros como Helios ("sol") eram pouco mais que personificações. Existiam também deidades de lugares específicos, como deuses de rios e ninfas de nascentes e cavernas. Tumbas de heróis e heroínas locais eram igualmente veneradas.
Apesar de centenas de seres poderem ser considerados deuses ou heróis, alguns não representavam mais que folclore ou eram honrados somente em lugares (Trophonius) e/ou festivais específicos (Adonis).
Rituais de maior abrangência e os grandes templos eram dedicados, em sua maioria, a um seleto círculo de deuses, notadamente os quinze do Olimpo, Heracles e Asclepio. Estas deidades eram o foco central dos cultos pan-Helênicos.
Muitas regiões e vilas tinham seus próprios cultos a ninfas, deuses menores ou ainda a heróis e heroínas desconhecidos em outros lugares. A maioria das cidades adoravam os deuses maiores com rituais peculiares e tinham para estes lendas igualmente próprias.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Mas o que é mesmo filosofia?

A Filosofia é um ramo do conhecimento que pode ser caracterizado de três modos: seja pelos conteúdos ou temas tratados, seja pela função que exerce na cultura, seja pela forma como trata tais temas. Com relação aos conteúdos, contemporaneamente, a Filosofia trata de conceitos tais como bem, beleza, justiça, verdade. Mas, nem sempre a Filosofia tratou de temas selecionados, como os indicados acima. No começo, na Grécia, a Filosofia tratava de todos os temas, já que até o séc. XIX não havia uma separação entre ciência e filosofia. Assim, na Grécia, a Filosofia incorporava todo o saber. No entanto, a Filosofia inaugurou um modo novo de tratamento dos temas a que passa a se dedicar, determinando uma mudança na forma de conhecimento do mundo até então vigente. Isto pode ser verificado a partir de uma análise da assim considerada primeira proposição filosófica.


Se dermos crédito a Nietzsche, a primeira proposição filosófica foi aquela enunciada por Tales, a saber, que a água é o princípio de todas as coisas [Aristóteles. Metafísica, I, 3].


Cabe perguntar o que haveria de filosófico na proposição de Tales. Muitos ensaiaram uma resposta a esta questão. Hegel, por exemplo, afirma: “com ela a Filosofia começa, porque através dela chega à consciência de que o um é a essência, o verdadeiro, o único que é em si e para si. Começa aqui um distanciar-se daquilo que é a nossa percepção sensível”. Segundo Hegel, o filosófico aqui é o encontro do universal, a água, ou seja, um único como verdadeiro.


Nietzsche, por sua vez, afirma:


“a filosofia grega parece começar com uma idéia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matiz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e, enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisália [sic], está contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego”.


Trecho extraído de Artigo redigido pelo Prof. Dr. Delamar José Volpato Dutra [UFSC/CNPq].

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Despertar para uma vida apartir da construção de sua história

O que dizer de uma biografia, quando sabemos que é apenas um fragmento de uma vida. E nela trazemos uma carta como o fio da meada que uniu assuntos diversos no contexto do desenvolvimento humano da unidade mágica da pequena criança, à unidade adulta, às relações íntimas possíveis dos homens entre si.
Uma carta jogada ao vento que busca encontrar seu próprio lugar, em um destino desconhecido, chamada a guiar outro na busca de um significado, sem perder seu próprio lar. Sim, são palavras, de um suave destino, lançado em memória fiel, talvez a única que, de uma forma, marcará caminhos e, certamente passará leve e breve até desfazer-se e perder sua mensagem na vida de outros, quando num cair da noite, a escuridão, esconder suas esperanças.
Esperanças de uma sociedade, como filhos de uma pátria miscigenada que busca seu papel, construindo suas histórias como famílias que batalha em meio a tantas dificuldades. Famílias que um dia deixaram sua terra natal, em busca de um novo horizonte, onde o sol brilhe mais forte, em busca de paz e solidariedade.
Mas, se o homem realmente tem de amar seu próximo como a si mesmo, parece haver uma boa razão para perguntar, se ele hoje é suficientemente capaz de se relacionar consigo mesmo de uma maneira criativa e de viver a partir do centro de sua existência.
A cada dia, novas histórias são lançadas, a cada papel em branco, novas vidas vão ganhar brilhos e compartilhar com seu crescimento. Novas identidades individuais surgirão de alguém que clama a se tornar conhecido e permear todos os caminhos obscuros, em busca de uma voz que clama no deserto, no incessante encontro com o destino ainda desconhecido, dando ênfase há um tempo em que os problemas sociais são tão urgentes.
Novas vidas vão se encontrar, quando novas histórias começar, não como um livro, mas como um novo despertar...

Autoria própria de Cristiano Leme(filósofo)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Requião pede indicação pós-mortem de Zilda Arns ao Prêmio Nobel da Paz





O governador do Paraná, Roberto Requião, chegou ao velório de Zilda Arns por volta das 13h desta sexta-feira (15) e anunciou que vai pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que indique a médica sanitarista ao prêmio Nobel da Paz 'pós-mortem'.

Zilda Arns havia sido indicada ao prêmio em 2001. "Se o presidente não encampar essa campanha, o Paraná todo vai encampar", disse o governador paranense.

O encontro entre os dois deve ocorrer por volta das 19h desta sexta-feira, quando o presidente Lula chega de São Luís a Curitiba, após cumprir agenda de governo. A informação foi confirmada por Gilberto Carvalho, chefe do gabinete presidencial.

O corpo de Zilda está sendo velado no Palácio das Araucárias, sede provisória do governo do estado, com caixão fechado. O enterro está previsto para as 14h do sábado (6), no cemitério da Água Verde, após a realização de uma missa celebrada por dom Geraldo Majella Agnelo, bispo-primaz do Brasil e co-fundador da Pastoral da Criança. A cerimônia será transmitida por telão para o público que estiver do lado de fora do palácio.

Segundo o senador Flávio Arns (PSDB-PR), ela será sepultada ao lado do túmulo do marido Dionísio Neumann. Centenas de fiéi, amigos e simpatizantes de Zilda Arns se despediram dela nesta sexta-feira.

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Ele acompanhou o traslado do corpo da médica sanitarista do Haiti para o Brasil na madrugada desta sexta-feira. "O Haiti está completamente destruído, por isso o corpo de dona Zilda veio da maneira que veio, mas foi a melhor maneira encontrada diante da situação do país. Não há condições mínimas. É inacreditável. Há mortos espalhados pelas ruas. A destruição foi completa. Falta comida, água, médicos e suprimentos básicos. As crianças choram nas ruas, pedindo ajuda", disse ele.

"Não consegui chegar perto da igreja onde ela estava. Está tudo muito destruído. Para se ter uma ideia, ainda há 16 corpos no local onde estava dona Zilda. O tremor foi muito forte no lugar. Foi uma infelicidade, pois ela deu um passo para um lado e foi atingida pelo telhado e caiu do terceiro piso. O padre que estava com ela, deu um passo para o outro lado e sobreviveu", disse Flávio Arns.

Ele disse ainda que uma escola que funcionava ao lado da igreja ficou completamente destruída. "O prédio inteiro ruiu com o tremor. Havia muitas crianças lá dentro e parece que os corpos ainda não foram encontrados", afirmou Flávio.

"Precisamos adotar o Haiti. O Brasil tem uma mártir naquele país e uma referência para aquele povo", disse Gilberto Carvalho.

Dom Aldo Di Cilo Pagotto, arcebispo da Paraíba e presidente do conselho da Pastoral da Criança, disse que o carisma de Zilda Arns vai ficar marcado na memória do povo de 20 países por onde a médica sanitarista atuou. "Ela deixa um trabalho de 300 mil líderes. Tudo vai continuar. Ela uniu o caráter evangelizador com a prevenção da dignidade humana."

Vera Lúcia Altoé, coordenadora nacional da Pastoral da Criança, disse que que Zilda Arns tinha uma agenda programada para visitar um país por mês até o fim de 2010. "A casa construída sobre uma rocha nunca será destruída.Vamos continuar o trabalho da pastoral, cuidando das crianças e dos idosos como eles merecem.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Debate entre filósofo ateu e papa Bento 16 vira livro

Deus existe? A provocadora questão, que tanto gera controvérsia entre cristãos e ateus, foi tema de um acalorado debate, em 2000, entre o filósofo Paulo d'Arcais e o cardeal Joseph Ratzinger, hoje papa Bento 16. Quase dez anos depois, o conteúdo do embate de peso pode ser conferido no livro "Deus Existe?", lançado pela editora Planeta.

A obra vai além da distinta visão entre a fé e a razão sobre a existência ou não de um ser superior. Trata também de temas polêmicos, entre eles o aborto. Do confronto de ideias, eis um livro que tem por pretensão ajudar as pessoas a encontrar respostas para tantas dúvidas que permeiam o assunto.

"Deus Existe?"
Autores: Joseph Ratzinger e Paolo Flores d'Arcais; editora Planeta (128 páginas). Preço médio praticado na internet: R$ 20.



Colaborador: Rodney Eloy

O filósofo voltou

Olá pessoal, a quem achou que eu sumi, afirmo que estou de volta, sempre preocupado com a verdade, por isso, caro leitores, não os deixarei na mão.Volto com minhas publicações em busaca de um verdadeiro conhecimento, pois, segundo Locke nascemos como uma tabua raza, portanto, a experiência se faz nacessário para que construamos um conhecimento seguro, longe das antigas crenças.
Obrigados a todos pela paciência

Mais um ano se vai e com ele realizações e fracassos.

Ora, as realizações servem para agradecer ao bom Deus pelas graças que nos concedeu, e os fracassos nos servem para pedir mais força a Deus para suportar as diversidades da vida.

Natal é tempo de trocar presentes. O maior presente trocado na história da humanidade foi à vinda de Jesus encarnardo na Terra. Ele sendo Deus, aceitou nascer de uma virgem, fazendo-se homem como nós para experimentar na carne as nossas fraquezas e ser portanto solidários com as nossas dores. Agora com esse Jesus que nasce em todos os corações possamos adentrar a esse ano que chega na esperança de um novo tempo e uma nova vida. Saibamos reconstruir o que deixamos inacabado e tenhamos a força para criar o que há para ser criado e possamos ser solidário e chorar com aqueles que choram por um mundo melhor.
Construamos ora, pois, esse mundo!!!!!!!!!!!!!!!!

Que os leitores e os novos leitores do aletheiafilosofia.blogspot.com tenham um Ano Novo cheio de esperança e realizações.
Esse são os desejos do Editor Cristiano ( filósofo e mestrando em filosofia)

Um Santo Natal para todos


Mais um ano se vai e com ele realizações e fracassos.

Ora, as realizações servem para agradecer ao bom Deus pelas graças que nos concedeu, e os fracassos nos servem para pedir mais força a Deus para suportar as diversidades da vida.

Natal é tempo de trocar presentes. O maior presente trocado na história da humanidade foi a vida de Jesus encarnardo na Terra. Ele sendo Deus, aceitou nascer de uma virgem, fazendo-se homem como nós para experimentar na carne as nossas fraquesas e ser portanto solidários com as nossas dores.

Quer maior presente que este?

Portanto, saibamos todos agradecer a Deus pela vinda do menino Jesus, e reafirmar o propósito de a cada dia do próximo ano que se aproxima fazer com que ela nasça nos nossos corações.

Que os leitores do aletheiafilosofia.blogspot.com tenham um santo Natal e um próspero Ano Novo.


Este é o desejo do editor Cristiano Leme.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Filosofia não é brincadeira não!

Outro dia estava olhando alguns anúcios de cursos superiores e me deparei com um questionamento intrigante: o ensino nada mais é do que uma mercadoria.
Ora, não sou ingênuo e romântico. Sei que todas as faculdades particulares estão a procura de alunos e nesta jogada vale tudo, desde mp3 até computadores portáteis.
No entanto, o meu pensamento se concentrou numa outra temática. Os cursos são apresentados como se fossem mercadorias.
Você entra numa determinada universidade, clica no curso e lá estão eles descritos de uma forma totalmente apelativa.
A educação pragmática é terrível. Ela mina todo ideal universitário da pesquisa, do aprofundamento e da reflexão.
Os alunos agora vão, estudam 3 ou 4 anos para pegar o diploma e cair no mundão de Deus, abastecendo assim as fileiras do capitalismo.
Qual a consequência? Milhares de diplomados analfabetos.
Criamos no Brasil técnicos e dos bons diga-se de passagem. Mas não conseguem levar avante um discurso coeso e coerente sobre um determinado assunto.
Não é de se estranhar que ninguém mais consegue parar na frente de um LIVRO (coloquei livro em letras maiúsculas para diferenciar LIVROS dos livros que os jovens e adultos hoje estão acostumados a lerem.
Não temos mais espaço para uma reflexão profunda. Tudo é líquido e escapa das mãos num piscar de olhos.
Bem, mas onde eu quero chegar com todo este preâmbulo?
Quero chegar numa única afirmação: ao contrário dos cursos apresentados nos sites das "unis" da vida, a filosofia tem e precisa ser o diferencial. É a única ciência capaz de pensar as origens e criticar-se a si mesma.
Portanto, vamos salvar ainda o que resta. Vamos salvar a filosofia. O resto, já foi pelo ralo.

Kierkegaard um pensador atual

"Hoje já não se pode dizer que, no Brasil, não se leu Kierkegaard. Há vinte anos, foi possível ironizar dizendo que aqui não se lera, só se escrevera sobre Kierkegaard. Agora não!” A afirmação é do Prof. Dr. Álvaro Valls, na entrevista a seguir, concedida por e-mail à IHU On-Line. Tradutor de O conceito de angústia, ainda no prelo, Valls disse que agora a obra poderá ser lida em uma tradução fiel e filosófica, investigada em “seus aspectos dialéticos, platônicos, agostinianos, schellinguianos, hegelianos”. De acordo com ele, atualmente, existem inúmeros trabalhos de pós-graduação sobre Kierkegaard em nosso país. A respeito da recepção da filosofia desse pensador em nossa terra, Valls assinala que esta difere da alemã, francesa e japonesa. Ele explica: “Trata-se de uma recepção bem humorada, competente, mais divertida, sem perder tempo com polêmicas rancorosas”.
Valls é doutor em Filosofia pela Universidade de Heidelberg (Alemanha). Professor titular do PPG-Filosofia da Unisinos, é pesquisador do CNPq, presidente do Grupo de Estudos sobre as obras de Kierkegaard nesta instituição e um dos fundadores da Sociedade Kierkegaard do Brasil (Sobreski). Traduziu algumas obras desse filósofo direto do dinamarquês, publicadas na coleção Pensamento Humano, pela Editora Vozes, e está finalizando a tradução de uma obra de Theodor Adorno para a Editora UNESP. De sua produção bibliográfica, citamos Entre Sócrates e Cristo (Porto Alegre: Edipucrs, 2000) e O que é Ética? (São Paulo: Brasiliense, 1983). Com Jorge Miranda de Almeida, escreveu Kierkegaard (Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007). Na Jornada Argentino-Brasileira de Estudos de Kierkegaard, apresenta em 13 de novembro a comunicação Três leituras que Adorno fez de Kierkegaard.
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Em seu livro Entre Sócrates e Cristo, o senhor faz a seguinte afirmação: “Ora, se a ironia é uma atitude diante da vida, é também uma forma de comunicação”. O que significa isso?
Álvaro Valls
- A ironia, na tradição socrática, é uma atitude relacionada ao nada (ver: “só sei que nada sei”) e mais radical que o niilismo, o cinismo e o ceticismo. Embora Hegel, na sua História da Filosofia, a reduza a “uma maneira de conversar”, ela é bem mais do que isso, é uma atitude diante da vida, que desafia o dogmatismo dos donos da verdade e questiona os que abstraem de sua própria subjetividade. Kierkegaard, que penetrou no mundo grego orientado por Poul Martin Møller (a quem dedicou O conceito angústia), apropriou-se da ironia da maiêutica socrática, porém considerou necessário colocá-la a serviço de uma ideia mais alta. Argumentou que, depois do ensinamento de Jesus Cristo, a ironia não tinha mais o direito de ficar com a última palavra: essa foi sua crítica, p. ex., à chamada ironia romântica. Mas a ironia poderia ser utilizada, na comunicação, como arma ou instrumento, pela elasticidade que ela proporciona aos enunciados, devido à distância entre a intenção do falante (o que este “quer dizer”, relacionado à dimensão pragmática) e o significado semântico da proposição. Numa sociedade saturada de certezas, a comunicação deve esforçar-se por provocar curiosidade mais do que por fornecer novas certezas. A ironia representa, na vida humana autêntica, um papel semelhante ao da dúvida na filosofia moderna: há que começar por elas.
IHU On-Line - Há alguns anos, o senhor, invocando um personagem de Lima Barreto, se autodefiniu como uma ave rara, um dos poucos brasileiros que lia Kierkegaard em Dinamarquês. De lá para cá, mudou alguma coisa?
Álvaro Valls
- Mudou muita coisa! Antes dos trabalhos pioneiros de Ernani Reichmann, em Curitiba, nos anos 1960 e 1970, talvez só Alceu de Amoroso Lima (dos nomes mais conhecidos no Brasil) tenha conseguido penetrar com alguma profundidade na obra do então chamado “pai do existencialismo”. E era uma aproximação no mínimo cautelosa, como se depreende do título da obra de Alceu: O existencialismo e outros mitos de nosso tempo. Mesmo quando um bom escritor e poeta português, como Adolfo Casais Monteiro, traduzia um livro de Kierkegaard, como aquele sobre as formas do desespero, não sentia a necessidade de ler o texto original. Assim, para mim, os anos 1980, após meu doutorado em Heidelberg com Michael Theunissen, foram anos de deserto, só aliviados, por algum tempo, pela amizade do conterrâneo Ernani Reichmann e do francês Henri-Bernard Vergote, que me deram como uma missão (ou um desafio) fazer tais traduções. Reichmann me apelidava de “kierkegaardiano de escola”, consciente do oxímoro que isso representava. Hoje, porém, já temos em andamento no Brasil dezenas de trabalhos de pós-graduação sobre Kierkegaard. Há cerca de uma dúzia de professores e estudiosos com doutorado sobre ele (seja em São Paulo ou Campinas, seja na Itália ou na Noruega). Fizemos nove Jornadas de estudos nos últimos nove anos, pelo Brasil afora. Colegas nossos já publicaram vários livros de boa qualidade, como recentemente Marcio Gimenes de Paula e Jorge Miranda de Almeida. Vários doutores brasileiros já desfrutaram das ótimas condições de pesquisa da Kierkegaard Library, de Minnesota. Jonas Roos investigou por mais de um ano no Centro de Pesquisa de SK, em Copenhague. As traduções novas que vão aparecendo têm sido feitas sempre a partir do original. O Conceito de ironia já chegou à terceira edição, As obras do amor em pouco tempo alcançou a segunda edição. Quem estará comprando e lendo esses livros? Kierkegaard começa a ser lido e discutido, a ser compreendido e relacionado dentro da história do pensamento filosófico.
IHU On-Line - A Sociedade Brasileira de Estudos de Kierkegaard (Sobreski), da qual o senhor é um dos fundadores, possui o seguinte lema “Uma sociedade ironicamente correta”. O senhor concorda que esse lema resume, de certa forma, a recepção brasileira do pensamento de Kierkegaard e tornou-se o leitmotiv dos estudiosos brasileiros?
Álvaro Valls
- Parece que sim. “Ironicamente correto” é uma expressão que ocorre na Dissertação de 1841. A recepção brasileira difere da alemã, da francesa e da japonesa. Trata-se de uma recepção bem humorada, competente, mais divertida, sem perder tempo com polêmicas rancorosas. Este lema (inventado por brincadeira, numa ironia redobrada) aponta para nossa tese da leitura (tal como o propunha o grande pesquisador Henri-Bernard Vergote em Sens et Répétition: Essais sur l'ironie kierkegaardienne (Paris: Le Cerf, 1982) da obra como um todo, desde a Dissertação de 1841 até a polêmica final com a Igreja oficial dinamarquesa (interpretada em sua teatralidade maiêutica: “a caráter”) além do material dos Papirer, ou seja, a sugestão de que queremos ler a obra de Kierkegaard sem nos satisfazermos com aspectos anedóticos de sua biografia e uns poucos textos pseudônimos. E se Kierkegaard foi chamado “o Sócrates nórdico” é por haver muita ironia até em suas obras aparentemente mais sérias e de feição mais acadêmica, como no Conceito angústia, por exemplo. “Ironicamente correto” lembrava também que fizemos oito Jornadas de Estudos sem solicitar verbas das agências financiadoras. E nos reunimos por oito anos numa Sociedade sem nenhuma burocracia (e claro que sem dinheiro). Outra ironia foi quando, numa das nossas primeiras Jornadas, a única participante que não era patrícia nossa era Patrícia Dip, da Argentina.
IHU On-Line - Pela primeira vez esta Jornada de Estudos de Kierkegaard é promovida pela Sobreski em parceria com a Biblioteca Kierkegaard, de Buenos Aires. O que o senhor espera dessa parceria com os pesquisadores argentinos?
Álvaro Valls
- O mundo de idioma espanhol dispõe de traduções melhores a mais tempo do que nós. E nossos colegas argentinos vêm discutindo a obra de Kierkegaard com grande seriedade há vários anos. Darío González, por exemplo, trabalhou no Centro de Copenhague por muito tempo. Andrés Albertsen lidera a Igreja Dinamarquesa de Buenos Aires. Em metade de nossas Jornadas, tivemos a sorte de contar com colegas argentinas como Patrícia Dip e Maria José Binetti, que alguns de nós também encontraram na Kierkegaard Library do St. Olaf College, em Northfield, MN, nos Estados Unidos. Os contatos se multiplicaram, aqui e nas Jornadas Argentinas, da Biblioteca Kierkegaard, no ISEDET de Buenos Aires, e daí surgiu naturalmente a ideia de que, a partir de nossa décima Jornada, deveríamos somar os esforços. Dois dias lá, com alguns de nós, e dois dias aqui, com alguns deles. E que isso se mantenha nas próximas Jornadas, como uma boa tradição de integração. A parte brasileira dessas Jornadas, este ano, conta com apoio do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, e até da CAPES. Teremos, lá e aqui, mais alguns participantes ilustres de outros países, como o português João Vila-Chã SJ, atualmente na Universidade Gregoriana, em Roma.
IHU On-Line - O senhor é reconhecido como o tradutor das obras de Kierkegaard ao vernáculo, e essa tarefa até agora cumpriu a sua função de fornecer boa tradução aos leitores brasileiros. Nesse sentido, o que espera da publicação da tradução de O conceito de angústia, traduzida diretamente do original, e que está no prelo, para as pesquisas no Brasil?
Álvaro Valls
- O conceito de angústia é um livro muito rico, profundo e difícil, além de fascinante. As traduções de que dispúnhamos até agora dependiam de traduções de outras línguas e não eram muito exatas. A nossa procurou levar em conta aspectos filosóficos que estavam obscurecidos e, ajudados, como de costume, por Else Hagelund, a manter a fidelidade à língua do autor. A leitura desta tradução, que deve aparecer pela Vozes em fins de janeiro de 2010, não será fácil, estou convencido disso, mas se tornará mais produtiva. Por outro lado, se nossas traduções têm algum valor, está ligado ao esforço de fidelidade, de manter o pensamento filosófico no seu nível e no esforço de usar uma linguagem nossa tal como Kierkegaard a usaria, pelo que conhecemos dele. A partir de uma tradução fiel e filosófica, o livro poderá ser investigado em seus aspectos dialéticos, platônicos, agostinianos, schellinguianos, hegelianos etc., além de ser alvo de estudos de toda a chamada área Psi.
IHU On-Line - Quais são os seus projetos para os próximos anos à frente do Grupo de pesquisa sobre a obra de Kierkegaard (CNPq) da qual é o presidente?
Álvaro Valls
- A situação do livro sobre a angústia é similar à da obra de 1849, A doença para a morte, conhecida entre nós em três ou quatro traduções indiretas, e, cada vez mais inexatas, e por temos grande a esperança no trabalho que o Dr. Jonas Roos, um de nossos quadros mais bem formados (agora professor de Filosofia da Religião na Universidade Federal de Juiz de Fora, MG), está fazendo. Torcemos para que seja publicada em 2010, e aí os dois passos seguintes teriam de ser passar ao nosso idioma o Postscriptum final não científico e a Escola (ou Prática) do Cristianismo. Há planos em nosso grupo de traduzir a polêmica de O instante e outros textos. É possível prever, pois, para os próximos dez anos, uma década de discussões competentes, a partir de textos bons em nosso idioma, e de produção de textos de qualidade que modificarão completamente nosso panorama. Em 2010, deverá ser publicada também a tradução que estou terminando da famosa livre docência de Adorno, orientada por Tillich, Kierkegaard - Construção do Estético pela UNESP. Jasson Martins, Jonas Roos, Sílvia Saviano Sampaio e Ilana Amaral já têm livros escritos que podem ser lançados em pouco tempo. E há uma coletânea, indo para o prelo, bem adiantada, sobre O conceito de angústia. Antes disso aparecerão, por certo, os melhores trabalhos dessas Jornadas de 2009.
IHU On-Line - Qual é a atualidade de Kierkegaard no contexto do pensamento filosófico contemporâneo?
Álvaro Valls
- Nos anos 1980, escrevi um artigo para o Folhetim da Folha de São Paulo, com esse título: A atualidade de Kierkegaard. O editor do Folhetim preferiu usar como título uma frase de meu texto: “E não se leu Kierkegaard”. Foi graças a esse artigo que conheci Vergote, que logo apresentei a Reichmann, então a ave rara das boas traduções de Kierkegaard no Brasil. Vergote congratulava-se com os franceses porque agora, com as Œuvres Complètes, das Éditions de l’Orante, traduzidas por Paul-Henri Tisseau, já podiam ler a obra desse autor. Hoje já não se pode dizer que, no Brasil, não se leu Kierkegaard. Há vinte anos, foi possível ironizar dizendo que aqui não se lera, só se escrevera sobre Kierkegaard. Agora não! Os recentes livros de Marcio Gimenes de Paula e Jorge Miranda de Almeida (que já publicou comigo uma introdução, na Zahar) demonstram já haver bastante consciência da contribuição desse pensador para as nossas questões. Na sociedade de massas, o indivíduo, no sentido enfático, ainda é a categoria crítica fundamental. Na globalização e no pensamento da identidade, a defesa adorniana do não-idêntico provém diretamente de sua tese sobre nosso pensador. O pensamento ético de um Wittgenstein costuma ser relacionado quase que exclusivamente a Schopenhauer, mas suas leituras de Kierkegaard eram de grande seriedade. E o que dizer de pensadores como Heidegger, Lévinas, teólogos como Barth, Tillich e Bultmann, e escritores como Thomas Mann e Max Frisch, que se apropriaram tanto dele, de forma tão produtiva? Quantas de suas provocações levaram Lacan e Derrida a ter novas ideias? E nem falemos da Hermenêutica do sujeito e do Cuidado de si, de Foucault, livros tão próximos de suas ideias que até parece que Kierkegaard os teria lido. E os teria lido, de fato, se tivesse podido, tal como lera Feuerbach e leu muito Schopenhauer nos seus últimos cinco anos. Por isso se pode até lamentar que Nietzsche tivesse prometido “ocupar-se com o fenômeno Kierkegaard” apenas em 1889. Foi tarde demais para ele, mas para nós ainda há um bom tempo.
Fonte> UNISINOS

Kant e a Consolidação da Modernidade

Ao buscar-se uma compreensão do processo de consolidação da Modernidade, principalmente no que se refere à sua caracterização enquanto momento do pensamento humano, é fundamental uma abordagem da imensa contribuição que o filósofo Immanuel Kant (1724 – 1804) nos deixou. Bem vale lembrar que foi Kant quem mais questionou as pretensões da razão em conhecer e em ser o tribunal de todo o conhecimento possível.

A obra kantiana é extremamente complexa, fato inegável, pois a sua preocupação está em compreender todo o processo do conhecimento humano e como este influi no cotidiano. Não podemos aqui simplesmente dividir a obra kantiana para que possamos abordar um aspecto que nos pareça relevante, isso, com certeza, fará com que nossa interpretação seja parcial e incorreta. O trabalho desse filósofo se dá em três vertentes: conhecer, julgar e querer; e sob elas é que deve ser interpretado.

Intentamos analisar de forma isolada a preocupação que Kant tem em relação ao conhecer, contudo, não podemos deixar de ter em perspectiva que o conhecer está associado ao julgar e ao querer.

Para Kant, todo conhecimento tem início na experiência, contudo, a experiência não é a única fonte do conhecimento, ou seja, não implica necessariamente que todo conhecimento provenha da experiência, mas que poderia muito bem acontecer como um misto entre o nosso conhecimento experimental e daquilo que a nossa própria razão fornece. Assim, chega à conclusão de que temos três possibilidades de juízos: analíticos, sintéticos a priori e sintéticos a posteriori. Sua concentração maior se dará em demonstrar a existência dos juízos sintéticos a priori.

Assim, a grande questão que Kant procura responder é: como são possíveis juízos sintéticos a priori?. Vemos, então que Kant pretende ir além das teorias tradicionais, como também das correntes filosóficas predominantes de seu tempo, tais como Racionalismo, Empirismo e Ceticismo, aproveitando as contribuições que essas correntes modernas da Filosofia lhe legaram, levando-as às últimas consequências e sendo radicalmente distinto delas.

As ciências em geral trabalham com juízos sintéticos a posteriori, pois acrescentam elementos ao conhecimento advindos da experiência, ou mesmo por juízos analíticos, ou tautológicos, utilizados para explicitar conteúdos já presentes no objeto estudado e que desta feita não acrescentam novos conhecimentos ao objeto. Atuando dessa forma, as ciências podem chegar a novas conclusões, de caráter limitado e contingente, pois seus resultados não são universais nem necessários por estarem dependentes da experiência, sendo sempre passíveis de modificação.
Contudo, Kant destaca a Física e a Matemática de seu tempo como modelos de conhecimento, pois tais ciências possuem em seu conjunto teórico proposições sintéticas a priori. Pretensão essa que a própria Filosofia almejava.

Dessa forma, Kant toma a Física e a Matemática de seu tempo como modelos de conhecimento, pois conseguiram cercar com maestria seu objeto de estudo. Isso é tão forte em Kant que o mesmo tenta empregar esse modelo de conhecimento para a Metafísica, apontando para as antinomias da Razão, ou seja, para os enganos e contradições que a Razão pode encontrar ao tentar falar de temas que estão além de seus limites tais como: Deus, liberdade, imortalidade da alma. Temas que vão além das possibilidades do conhecimento humano, assim em seu célebre texto “Crítica da Razão Pura”, Kant busca demarcar os limites dentro dos quais é possível o conhecimento humano e, por conseguinte, a própria Filosofai enquanto forma de conhecimento.
Assim, Kant compreende a razão de forma diferenciada da tradição que lhe antecedeu e, até mesmo das correntes filosóficas predominantes em seu tempo, pois este estabelece seus limites para o conhecer, gerando na Modernidade um cuidado todo especial quanto à validade dos conhecimentos gerados e sua objetividade. Além de propiciar uma crítica a toda e qualquer tentativa de absolutização e dogmatização de conhecimentos proferidos tanto pela tradição quanto para intentos posteriores.

Sem tal crítica, a Razão fica relegada a um estado de natureza, imperando o conflito. Não assegurando suas afirmações a reivindicações a não ser pela força bruta. Mas a crítica pode, mediante suas regras fundamentais e autoridade inquestionável, propiciar o apaziguamento desses conflitos. A paz é garantida pela sentença da crítica de que tal conhecimento não violou os limites da razão.

A crítica se dá antes mesmo de se postular um conhecimento adquirido como confiável, exigindo-se que seja certificado das condições do saber possível, em princípio, naquele contexto. Somente com a ajuda de critérios fidedignos sobre a validade de nossos juízos podemos conferir se há sentido em estarmos seguros de nosso saber.

Temos, até o presente momento, duas importantes contribuições de Kant para a consolidação da Modernidade, a saber: a Matemática e a Física como modelos de conhecimento e a Crítica do Conhecimento sob a qual se verificam as condições do saber possível. Mas não poderíamos deixar de mencionar, ainda, outras duas grandes contribuições para tal feito, que são: o conceito de identidade como pressuposto formal e não substancial e o aparato cognitivo que é o órganon sob o qual se viabiliza no ser racional o conhecimento.

A compreensão do ‘eu penso’ kantiano passa a ter mérito de romper com o objetivismo reinante. Em lugar de aceitar o primado do objeto sobre o conhecimento, instaura a investigação das condições do conhecimento dos objetos como constituidoras dos objetos, ou seja, a relação entre o sujeito que conhece e o objeto que é conhecido é que pode, realmente, trazer conhecimento.

A consolidação da Modernidade, que pretendemos ver em Kant, é também chamada de sua ‘revolução copernicana’, ou seja, essa virada na ótica da Teoria do Conhecimento, de se estabelecerem as condições que nos permitem conhecer os objetos, e não os objetos determinando como o conhecimento se dá. Assim, a verdade passa a estar na relação entre o sujeito cognoscível (o ‘eu penso’) e o objeto que se dá a conhecer e não somente no objeto. Tal revolução se dá, pois o objetivismo se equivoca porque ignora justamente esse movimento reflexivo da consciência aceitando o objeto como um dado que se impõe à própria consciência. Assim, o ‘eu penso’ proposto por Kant tem que poder acompanhar todas as representações, pois do contrário, seria representado algo que não poderia de modo algum ser pensado, o que equivale a dizer que a representação seria impossível ou, pelo menos, não seria nada.

Ao considerarmos essa representação, temos de ter em mente que tais atos de consciência são sintéticos e, por isso, a experiência, e todo material cognoscível oferecido por ela, não estão pressupostos por essa estrutura formal. A reflexão, pois, é que consiste na possibilidade do sujeito em captar essas operações sintéticas e propiciar, mediante a autoconsciência, a síntese transcendental. Isso porque, em referência ao entendimento, o princípio supremo da mesma é: todo o múltiplo da intuição está submetido às condições de unidade sintética originária da apercepção.

A reviravolta que Kant propõe com esse conceito está no fato de que o sujeito pensante não é uma substância dada a priori, mas sim uma unidade do pensamento, portanto, formal. Tal problema remonta a Descartes, pois este propõe uma consciência substanciada, que serviria somente para a abertura da consciência ao conhecimento da objetividade dos objetos, tratando-se apenas de um método que reconhece, na substância pensante, extensa e infinita, a verdade que buscava. Assim, Kant não comete o equívoco cartesiano, pois, entende que o objeto só pode ser pensado enquanto tal através das operações sintéticas do sujeito, que de forma alguma pode ser considerado substância.

Em continuidade à reconstrução do pensamento kantiano, no que diz respeito à consolidação da Modernidade, temos de analisar a contribuição que ele dá quanto ao Aparato Cognitivo. É bem interessante notar que Kant não está preocupado em dar uma descrição precisa sobre o Aparato Cognitivo, tem em mente somente a intenção de apontar para a existência do mesmo. Mas, efetivamente, em que consiste esse Aparato Cognitivo? Ele é composto pela sensibilidade e as categorias do entendimento. A sensibilidade se expressa em duas formas: espaço e tempo.
Para Kant o espaço não é algo dado pela experiência e, muito menos, algo que surge pela percepção do sujeito ao se relacionar com os objetos externos, mas, ao contrário, o espaço é que auxilia ao sujeito a intuir os objetos externos a si mesmo e distribuídos espacialmente.

De forma análoga Kant argumenta que o tempo é uma intuição a priori. Pois, o sujeito não poderia perceber os acontecimentos de forma sucessiva no tempo se essa sensibilidade não lhe auxiliasse no manejo das informações apropriadas pela experiência.

Assim, teríamos no espaço e tempo duas condições sem as quais é impossível conhecer, mas o conhecimento universal e necessário não se esgota nelas. É preciso também o concurso dos elementos apriorísticos do entendimento.

Kant propõem juízos que ele mesmo classifica em quatro grupos distintos a saber: quantidade, qualidade, relação e modalidade. Cada um desses juízos possui as seguintes categorias correspondentes: quantidade: universais, particulares e singulares; qualidade: afirmativos, negativos e indefinidos; relação: categóricos, hipotéticos e disjuntivos; modalidade: problemáticos, assertórios e apodíticos.

Os argumentos de Kant em favor da legitimidade das categorias são os de que as diversas representações formadoras do conhecimento necessitem ser sintetizadas, pois de outra forma não se poderia falar de propriamente conhecimento. Fica claro, também, que o tempo, enquanto elemento formal constitutivo da sensibilidade é importante, pois apresenta na consciência da diversidade uma unidade, um eu unificado. Isso é apontado por Kant como fundamental na constituição da unidade sintética da apercepção, ou seja, do eu penso já discutido anteriormente.

Mas isso não foi suficiente para Kant, principalmente por se colocar, após essa argumentação, o seguinte problema: como é possível que duas coisas heterogêneas, como são as categorias, por um lado, e os fenômenos, por outro, possam ligar-se entre si?

Na resposta a esse problema, Kant vai ressaltar ainda mais a importância do tempo como elemento catalisador entre as categorias e os fenômenos, pois, por um lado, é homogêneo ao sensível por ser a própria condição do sensível e, por outro lado, é universal e necessário, enquanto conceito.

Assim, temos a contribuição de Kant quanto ao Aparato Cognitivo, que não tem a pretensão de esgotar a questão, mas simplesmente apresentar que tal aparato é formal, ou seja, não substancial e que propicia todo o desenvolvimento posterior de sua obra “Crítica da Razão Pura” no intento de estabelecer os limites próprios da Razão na busca pelo conhecimento.

Chegamos assim à conclusão da contribuição de Kant à consolidação da Modernidade. Principalmente no que tange à Teoria do Conhecimento, para a qual o mesmo propõe, como vimos, uma revolução só comparada à copernicana.

Vicente Eduardo Ribeiro Marçal
Professor Assistente I

Departamento de Filosofia
Fundação Universidade Federal de Rondônia

Colaborador:Rodney Eloy
Fonte:Rondoniano