Platão diz que para se encontrar a verdade sobre o belo deve-se seguir o caminho da investigação do conhecimento, que é capaz de conduzir a todas as verdades do mundo real, onde o conhecimento é irrefutável e sem contradições. Como no caso do jovem Dorian Gray que se apega tanto ao belo material a ponto de perder a sua própria alma para um retrato.
O Retrato de Dorian Gray, Dorian Gray se apega ao belo material, ao mundo das coisas, ao mundo dos humanos, ao belo do mundo sensível. Ele abre mão de sua própria alma para permanecer eternamente belo. Dorian Gray perde a alma para o quadro. Ele deixa a razão de lado. O que lhe interessa agora são os prazeres do corpo que para Platão é a morada dos elementos que induzem o homem ao caos ou à desordem. Enquanto o retrato envelhece (e envelhece, pois ele possui a alma de Dorian) Dorian Gray se mantém jovem, desalmado e frio, por isso comete várias atrocidades, sem o menor remorso.
Dorian Gray no início representa toda a perfeição do espírito grego: a harmonia do corpo e da alma. "Alma e corpo, corpo e alma", que estranho mistério! A horrenda podridão emergia da vida interior, a lepra do pecado devorava lentamente o retrato. p.157.
O retrato era a sua própria consciência. Iria destruí-lo. Destruiria a odiosa tela onde vivia a sua alma e livre viveria em paz. Empunhou a faca e golpeou o retrato. O belo sensível, belo da aparência é passageiro e, portanto não tem valor para Platão. Só o belo absoluto, belo do mundo das idéias permanece, e é valoroso. Dorian, ao contrário de Platão, valorizava apenas o belo sensível e, desprezava o mais importante, que é o belo absoluto, único, verdadeiro, ideal e perfeito.
Autoria própria: Cristiano Leme
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