segunda-feira, 26 de julho de 2010

"Morrer ou deixar morrer"

Não é querer fazer alusão as ideologias nazistas ou a qualquer tipo de ideologias, nem é ser anarquista, mas pelo contrario, é suscitar uma atitude critica na sociedade em que vivemos. Recordar que Segundo Nietzsche quando nos tornamos passíveis diante dos problemas sem questionar ou lutar, enfim quando fugimos dos nossos direitos, transferimos o nosso poder a outras pessoas.
Assim eu pergunto “morrer, ou deixar morrer”? Morrer é lutar pelos seus direitos, é lutar pela vida é fazer algo de sua existência, e deixar morrer é simplesmente cruzar os braços para tudo. E hoje, o que estamos fazendo?
Eichman matou e deixou morrer por “obedecer a ordem”. Durante o nazismo, o povo alemão matou e deixou morrer “por não saber o que acontecia”. Os Judeus foram mortos, mas também deixaram morrer, por que muitos não se revoltaram, não reagiram. Enfim, Hannah Arendt aponta para uma dimensão terrível do mal, terrível porque ele não está apenas nos grandes assassinos da história, nos vilões, mas em todas as pessoas que não se comprometem com a vida, em todas as pessoas que matam ou deixam morrer. Ainda segundo essa ótica, como encarar as pessoas que votam em políticos corruptos por causa da propaganda, ignorando os fundamentos críticos da vida política, ou seja, a ação. A corrupção começa no instante em que as pessoas não se importam com a política. Cada cidadão que não se preocupa com a política, esconde-se atrás de desculpas, é culpado pela corrupção.
Enfim, quando deixamos de nos preocupar com a política, com as pessoas somos culpados e coniventes com a corrupção. Rousseau também nos leva perceber como o homem leva a corrupção quando simplesmente ele deixa agir pelo seu interesse particular deixando de lado a vontade geral, ou seja, o homem “desfrutará dos direito dos cidadãos sem desempenhar os deveres dos súditos- injustiça cujo progresso determinaria a ruína do corpo político”. Portanto o homem corrompe o cidadão quando simplesmente agi pelo seu interesse particular, ele “mata e deixa morrer”
Cabe a cada um de nós enquanto cidadãos lutar pelos nossos direitos, deixar de votar em políticos simplesmente pela sua dialética igual faziam os antigos sofista, façamos valer nosso papel nessa sociedade cheios de injustiças e violências. Só teremos uma nova vida, quando fizermos alguma coisa. Segundo Sartre “não importa o que fizeram com o homem; importa o que ele fará com o que fizeram dele”. Devemos deduzir uma ação ética, o que significa procurar o desenvolvimento ético e solidário, considerando a alteridade, baseada na ação histórica do presente e não em valores metafísicos do passado.

Dedicado ao meu  aluno Carlos do CEFAM 2A que pediu um artigo sobre o nazismo

Autoria própria: Cristiano Leme

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Pensamento Platonico no livro Dorian Gray

Platão diz que para se encontrar a verdade sobre o belo deve-se seguir o caminho da investigação do conhecimento, que é capaz de conduzir a todas as verdades do mundo real, onde o conhecimento é irrefutável e sem contradições. Como no caso do jovem Dorian Gray que se apega tanto ao belo material a ponto de perder a sua própria alma para um retrato.

O Retrato de Dorian Gray, Dorian Gray se apega ao belo material, ao mundo das coisas, ao mundo dos humanos, ao belo do mundo sensível. Ele abre mão de sua própria alma para permanecer eternamente belo. Dorian Gray perde a alma para o quadro. Ele deixa a razão de lado. O que lhe interessa agora são os prazeres do corpo que para Platão é a morada dos elementos que induzem o homem ao caos ou à desordem. Enquanto o retrato envelhece (e envelhece, pois ele possui a alma de Dorian) Dorian Gray se mantém jovem, desalmado e frio, por isso comete várias atrocidades, sem o menor remorso.
Dorian Gray no início representa toda a perfeição do espírito grego: a harmonia do corpo e da alma. "Alma e corpo, corpo e alma", que estranho mistério! A horrenda podridão emergia da vida interior, a lepra do pecado devorava lentamente o retrato. p.157.

O retrato era a sua própria consciência. Iria destruí-lo. Destruiria a odiosa tela onde vivia a sua alma e livre viveria em paz. Empunhou a faca e golpeou o retrato. O belo sensível, belo da aparência é passageiro e, portanto não tem valor para Platão. Só o belo absoluto, belo do mundo das idéias permanece, e é valoroso. Dorian, ao contrário de Platão, valorizava apenas o belo sensível e, desprezava o mais importante, que é o belo absoluto, único, verdadeiro, ideal e perfeito.

Autoria própria: Cristiano Leme