sábado, 27 de março de 2010

A Liberdade Ética:

Diz-se que a vontade do homem é livre para decidir entre o bem e o mal. Mas é livre do que? É livre para escolher o que?
A vontade do homem é a sua capacidade de escolher entre alternativas. A sua vontade, de fato, decide qual a sua ação entre certo número de opções. Nenhum homem é compelido a agir contrário à sua vontade, nem forçado a dizer aquilo que não quer. Suas decisões não são formadas por uma força externa, mas por forças internas. A vontade toma decisões, e estas decisões tomadas não estão livres de influências. O homem escolhe com base nos sentimentos, gostos, entendimentos, anseios, etc. Em outras palavras, a vontade não é livre do homem mesmo. Suas escolhas são feitas pelo seu próprio caráter. Sua vontade não é independente de sua natureza. A vontade é inclinada àquilo que você sente, ama, deseja e conhece. Você sempre escolhe com base em sua disposição; de acordo com a condição do seu coração. A Bíblia diz que nossa vontade não é livre, ao contrário, ela é escrava do coração - ( Gn 6:5; Rm 3:12; Jr 13:23 ).A capacidade de escolha do coração do homem é livre para escolher qualquer coisa que o coração ditar; assim, não existe qualquer possibilidade de um homem escolher agradar a Deus sem que haja a prévia operação da Graça Divina. Note o texto bíblico: "Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro " (I Jo 4:19). Se carne fresca e salada de tomate fossem colocadas diante de um leão faminto, ele escolheria a carne.
É a natureza que dita sua escolha Jr.13:23). Por isto não existe livre arbítrio. O arbítrio humano, assim como toda a natureza humana, é inclinado só e continuamente para o mal. (Jr 13:23).Não existe livre arbítrio a menos que Deus mude o coração e crie um novo coração em submissão e verdade, o homem não pode decidir por Jesus para Ter a vida a vida eterna. (Jo 3:7; Ez 11:19; 36:26; Atos 16:14).A vontade não é livre. Pelo contrário, ela é escrava, escrava do coração pervertido; escrava da natureza (Jr. 17:9; 12:2; Mc 7:6,21).Foi a vontade de escolher o fruto proibido que nos atirou na miséria. Só a vontade de Deus tem realmente liberdade, e se quiser pode dar vida. (Jo 1:12-13)
1. SIM, o homem é livre no sentido de que suas escolhas não são determinadas, em linhas gerais, por nenhuma compulsão externa. Podemos dizer que ele tem LIVRE AGÊNCIA.
2. ENTRETANTO, suas ações são determinadas pela natureza de seu próprio caráter, e nós sabemos que esta natureza é só pecado (Rm. 3.10-23). Neste sentido, ele não tem LIVRE ARBÍTRIO de escolher o bem, pois é escravo do pecado. Este “livre arbítrio” foi perdido com a queda, em Adão.
3. Mesmo não possuindo “livre arbítrio”, definido como a possibilidade de escolha do bem, a “liberdade” que possui, definida como livre agência, não é incompatível com o enquadramento do Homem nos planos divinos. Deus, soberanamente, executa os seus desígnios ATRAVÉS da vontade das suas criaturas (veja os seguintes trechos: Fp 2.13; Pv 20.24; 2 Co 3.5; Jr 10.23; Rm 9.16 e Tg 4.13-15).
Ora, quando atribuímos ao homem a escolha entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, entre Deus e o Diabo, atribuímos a ele um poder que o mesmo não possui, pois se dissermos que o homem tem liberdade para escolher se quer servir a Deus ou ao Diabo, ser deseja ser cristão ou ímpio, a lógica deste argumento então é que o homem tem mais poder do que Deus e o Diabo juntos, pois escolhe a qualquer momento a quem ele quer servir, se quer servir e quando irá servir. Portanto, esse conceito de que o homem possui liberdade quanto às coisas espirituais, quanto a sua salvação, quanto à escolha por Deus, não é verdade, já que em sua natureza pecaminosa ele não pode mais escolher agradar a Deus constantemente em seu coração, pensamentos, atos e atitudes. Deus não constrange o homem quanto a sua exteriorização da salvação, pelo contrário, Deus usa a própria livre agência que o homem possui para que ele mesmo diga em seu coração, através da ação poderosa do espírito santo, que anseia servir a Deus. Deus executa com precisão seus planos “...este para mim é um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel...” Atos 9.15. Para entendermos melhor a doutrina da soberania de Deus e a própria predestinação é preciso compreender que Deus na sua Soberania age de tão forma no homem que este sai da sepultura para a vida abundante em Cristo através da ação do Espírito Santo “ele vos deu vida estando vós mortos nos nossos delitos e pecados... e estando nós mortos em nossos delitos e pecados, nos deu vida juntamente com Cristo, pela graça sois salvos...mediante a fé, e isto não vem de vós; é dom de Deus... ” Efésios 2:1,5,8. Não é negando a existência do plano de Deus, nem diminuindo a sua soberania, que retratamos a realidade expressa na Bíblia sobre essas questões. Não possuímos “livre arbítrio”, mas Deus é infinitamente soberano e onipotente para executar seus planos, sem violação da LIVRE AGÊNCIA que nos concedeu.
A Liberdade Circunstancial:
A vontade pode ser livre para planejar, mas não para executar. Quando se diz que a vontade é livre, obviamente não quer dizer que ela determina o curso da nossa vida. Não escolhemos doença. pobreza ou dor; Não escolhemos nossa condição social, nossa cor, ou nossa inteligência. Ninguém pode negar que o homem tem vontade, e que esta faculdade de escolher o que dizer, fazer, pensar, etc. ... tem nos frustrado bastante. Pensando em nossa liberdade circunstancial, podemos projetar um curso de ação, mas não podemos realizar o intento. Em outras palavras, podemos escolher o que queremos estudar, o carro que vamos comprar, a cor, a marca, o modelo, a mulher com quem queremos casar, enfim podemos em nossa vontade ter a capacidade de tomar uma decisão, mas não o poder de realizar seu propósito. ( PV 16:9; Jr 10:23; Lc 12:18-21).Sim. O homem pode escolher e planejar o que tiver vontade. Mas a sua vontade não é livre para realizar nada contrário à vontade de Deus.


Autoria : Cristiano Leme