quarta-feira, 24 de março de 2010

Matéria de aula dos 2º anos, aos meus alunos do Rilando e do E.E.Diadema(Cefam)

Matéria de aula dos 2º anos, aos meus alunos do Rilando e do E.E.Diadema(Cefam)


Conforme combinado fica disponível a matéria trabalhada em sala de aula para estudos pessoais. Que possa auxiliá-los para uma compreensão melhor.
Façamos de cada pensamento uma colheita, para a edificação segura do conhecimento humano.
Não os trago caminho novo, o que lhes trago é uma nova forma de caminhar


JEAN – PAUL SARTRE (1905 – 1980)
Foi um expressivo expoente do existencialismo ateísta. Além do filósofo, foi novelista e crítico. Ao final da sua vida, distanciou-se do existencialismo, desenvolvendo seu próprio estilo de sociologia marxista.
Foi educado na École Normale Supérieure de Paris e posteriormente lecionou em vários liceus na capital francesa.
Durante a 2ª Guerra Mundial, serviu o exército e, durante nove meses, foi prisioneiro de Guerra na Alemanha. Após ter sido libertado, ingressou na Resistência Francesa.

OBRAS
Sartre existencialista
- A imaginação/ A Transcendência do Ego.
- A Náusea.
- O Ser e o Nada: Ensaio de Ontologia Fenomenológica.
- As Moscas.
- Entre Quatro Paredes.
- O Existencialismo é um Humanismo. (Carta Sobre o Humanismo → Heidegger).
Sartre marxista
- Questão de Método.
- Crítica da Razão Dialética.

“O que é existir como um ser humano?” constitui a pergunta primordial de Sartre. O filósofo procura descrever o que denomina de “realidade humana” do modo mais geral. Sua resposta para tal pergunta já está inserida no título da obra O Ser e o Nada; visto que, segundo o filósofo, a realidade humana consiste de tais modos de existência, ser e nada, na dicotomia ser e não-ser.

JEAN – PAUL SARTRE (1905 – 1980)
1) Psicologia (pensamento sartreano sobre a consciência) → PSICOLOGIA FENOMENOLÓGICA: consciência intencional.
Para Sartre, o eu faz parte da consciência, por isso, não tem o sentido transcendental de Husserl.
→ a consciência não é transcendental: o eu está projetado fora dela, no mundo.
EU (PROJEÇÃO) = angústias, desejos, ambições, revoltas etc.
A consciência é abertura para o mundo. Esta abertura possibilita que o eu se projete. O eu é projeção.
Sartre afirma que: “o homem é um projeto de si mesmo”. Esta afirmação significa que o homem está sempre em construção perpétua.
PROJETAR-SE é ter objetivos. Não ter objetivos é a mais absoluta alienação. O mundo seu sentido.
O sentido das coisas é sempre mutável, pois a projeção do eu nunca é completa. O sentido é uma projeção humana.
As coisas só são coisas porque o eu projeta-se sobre elas.

→ Todos os entes são gratuitos e contingentes. Este é o núcleo da filosofia existencialista de Sartre.

GRATUITOS → tudo que é, surge gratuitamente. Surge como poderia não surgir. Surge sem motivo. Não um telo nelas mesmas. O telo sempre é dado pela projeção do eu sobre elas.

Telo = finalidade.

O homem está em situação. Não há transcendência. É contingente gratuito.

NAÚSEA – é a percepção de que o homem é gratuito e contingente. O telo humano é aquilo que ele constrói para si mesmo.

2) Ser e Nada
em-si: os objetos, o mundo → opaco, pleno (preenchido de conteúdo), gratuito e contingente.
para-si: consciência DE (é sempre inacabada) → projetada no mundo: oca de ser/ oca de essência, é possibilidade, é ação, é liberdade.

O homem é livre, mas as condições de sua liberdade não é.
O homem é situado ou está em situação.
A liberdade é dada pela situação. As coisas que o homem escolhe estão determinadas.
Todos os atos transcendem as motivações, portanto, qualquer tentativa de eximir-sede responsabilidade é má-fé.
O homem é responsável por todos os seus atos. O homem está envolvido com tudo que lhe cerca.
MÁ-FÉ é negar a sua responsabilidade, é eximir-se da sua responsabilidade; é não assumir os fracassos.
RESPONSABILIDADE é assumir seus atos.

A escolha é absurda, pois todos os valores têm o mesmo valor.

• ANGÚSTIA – visão de que estamos projetados no abismo da liberdade.
• Deus não existe. Não há transcendência. Neste sentido, só o homem cria valores.
• ser-para-os-outros: subjetividade → objetivação.
• Sujeito é o homem (EU) → projetar-se no mundo.

Para Sartre sempre que um eu encontra outro eu, um dos eu vai tentar transformar o outro em objeto.
- objetivação: o outro é aquele que me vê e me mantém prisioneiro do seu olhar  pudor, timidez, inferioridade → o homem se vê desprovido de liberdade → conflito → “O inferno são os outros”.

HOMEM para Sartre → a minha projeção é sempre a luta contra o olhar objetivante do mundo. É lutar para não me transformar em objeto do outro.

O homem é um ser inacabado e por isso, está sempre em CONFLITO.



Fenomenologia transcendental – Husserl(1859-1938


A fenomenologia é um método de redução do mundo aos seus fenômenos apodíticos incontestáveis, que devem ser analisados pela consciência.

Husserl(1859-19380) critica a distinção entre aparência e coisa em si. As coisas são tais como a consciência lida com elas. Para isso, deve-se fazer a epoché, ou seja, devemos colocar entre parênteses (suspensão dos juízos ou duvida)



Epoché: afastamento dos prejuízos referente à existência do mundo, ou seja, é afastar da atitude natural (crença existente)
O resíduo da epoché sempre será os fenômenos → tudo é fenômeno: o desejo é fenômeno

Fenomenologia – reduz tudo ao fenômeno (essências)

É o modo de lhe dar com os fenômenos → Consciência (pensamento)

É sempre intencional: consciência de?

Consciência(transcendental) → projeta aos fenômenos → deseja algo / Pensa algo




Fenomenologia transcendental → “A filosofia de volta às coisas mesmas”

Consciência transcendental: são condições de possibilidade, diferentes modos de lidar com os fenômenos, pois, o fenômeno transcende o individuo.

Resumo de minhas aulas: Prof. Cristiano (Filósofo - PUC)

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